Lady Tempestade: lançamento de Vera Iaconelli em 2025

A luta contra a opressão é um tema presente na história de muitas mulheres brasileiras, como Eunice Paiva e Mércia de Albuquerque Ferreira. Ambas estão entre as figuras que demonstraram coragem e dignidade em momentos de grande adversidade.

Um dos conceitos frequentemente discutidos na psicologia é o comportamento humano guiado por recompensas e motivações inconscientes. A psicanálise indica que, muitas vezes, temos um instinto egoísta, o que significa que a empatia e a sensibilidade ao sofrimento do próximo exigem esforço e dedicação. Algumas pessoas sentem alegria ao praticar a bondade, enquanto outras buscam o controle sobre os outros. Esse comportamento pode levar a diferentes tipos de relações ao longo da vida.

Um exemplo de uma pessoa com comportamento controverso é Donald Trump, que obteve poder sem demonstrar empatia, indicando que a busca por poder muitas vezes não está ligada ao bem-estar humano.

Nesse contexto, é fundamental lembrar e valorizar a trajetória de indivíduos que lutaram contra a opressão, especialmente durante períodos difíceis, como a ditadura militar no Brasil. Mércia, uma mulher nordestina nascida na década de 1930, é uma dessas figuras que se destacou nessa luta. Ela registrou suas experiências em um diário, onde relatou suas batalhas contra as injustiças durante os anos de repressão. Esse diário foi publicado em 2023 pela editora Potiguariana e inspirado na peça “Lady Tempestade”, protagonizada pela atriz Andréa Beltrão e dirigida por Yara de Novaes, que está em cartaz em São Paulo até 6 de julho.

A peça é marcada por performances intensas, com Andréa Beltrão trazendo à vida a história de Mércia, que se junta a outras mulheres emblemáticas, como Marina Silva e Maria da Penha, que também enfrentaram o autoritarismo e a injustiça. Elas representam milhões de brasileiras que se levantam em defesa de seus amigos, familiares e colegas diante das adversidades sociais.

Mércia, que foi presa 12 vezes por defender os direitos de perseguidos políticos, enfrentou situações extremas. Em algumas ocasiões, foi forçada a deixar seu filho, até mesmo quando recém-nascido, sozinho em casa durante as operações da polícia política. Ela acumulou experiências que ilustram o lado mais sombrio da natureza humana.

Compreendendo que a verdadeira compaixão é tratar os outros como iguais, Mércia absorveu a dor da injustiça alheia, demonstrando um forte senso ético e de responsabilidade.

Em um momento em que o discurso de um ex-presidente golpista teve um tom cordial, contrastando com as expectativas de seriedade, “Lady Tempestade” surge como um chamado à ação, desafiando as autoridades a aprenderem com a coragem das mulheres brasileiras. A mensagem que fica é uma reflexão sobre a luta por justiça e o poder transformador da arte.