
Uma decisão judicial ressaltou a intenção de Sandra de limitar a presença de pessoas de baixa renda no bairro onde reside. O juiz Bruno Arthur Manfrenatti observou que expressões como “quem paga IPTU aqui sou eu” e “deveria voltar para o lugar de onde veio” revelam um desejo de criar uma hierarquia social excludente.
Nos autos do processo, foram registrados insultos agressivos proferidos por Sandra contra Max, um dos entregadores agredidos. Ela se referiu a ele usando termos como “preto de favela”, “favelado”, “lixo de favela” e “marginal”. Esses comentários expõem uma questão mais ampla de discriminação racial e social, onde a cor da pele é ligada à pobreza e exclusão.
O caso ocorreu em São Conrado, no dia 9 de abril de 2023. Sandra, que é ex-jogadora, agrediu dois entregadores enquanto passeava com seu cachorro. Ela foi filmada enquanto retirava a coleira do animal para agredir Max Ângelo e mordeu a perna de outra entregadora, Viviane Maria de Souza.
A confusão começou quando Sandra avistou os entregadores circulando com suas motos na calçada. Em um ato de hostilidade, ela afirmou: “Você não está na favela. Você está aqui. Quem paga o IPTU aqui sou eu.”
Max relatou que essa não foi a primeira vez que sofreu agressões por parte da ex-atleta. Apenas cinco dias antes do incidente, Sandra teria insultado Max, chamando-o de “marginal”, “preto” e “favelado”, afirmando que ele não pertencia a São Conrado.