Gasolina deve subir apesar da queda do petróleo, aponta Fipe

Apesar da queda nos preços do petróleo ao longo de 2025 e alguns sinais de recuperação econômica, a torcida no Brasil vai enfrentar um aumento nos combustíveis em 2026. E a razão não está na produção em si, mas na decisão dos governos estaduais de mexer nos impostos como uma forma de aumentar a arrecadação. É como se a gente tivesse que lidar com uma maré de aumentos, mesmo quando tudo parecia tranquilo.

De acordo com o Boletim de Preços dos Combustíveis nº 28, divulgado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), os lucros das distribuidoras e postos continuam subindo. Isso acaba dificultando que a queda nos preços seja repassada para a gente, motorista brasileiro, que ainda sente o peso na hora de abastecer.

Como alguns colegas do UOL reportaram, em janeiro teremos um aumento no ICMS sobre a gasolina e o etanol, que vai de R$ 1,47 para R$ 1,57 por litro. Para o diesel, o reajuste será de R$ 1,12 para R$ 1,17, enquanto o gás de cozinha sobe de R$ 1,39 para R$ 1,47 por quilo. Essa mudança foi confirmada pelo Confaz e publicada no Diário Oficial em setembro.

Especialistas apontam que esta alta é uma estratégia dos estados. O economista Igor Lucena explica bem: “O petróleo caiu, o dólar se estabilizou, e ainda assim os combustíveis vão subir. Isso não é política tributária; é política de arrecadação”. Ou seja, a gente vai pagar mais no abastecimento mesmo que os preços internacionais estejam favoráveis.

Mesmo com a redução do preço médio da gasolina nas refinarias, o consumidor brasileiro segue pagando caro. Entre janeiro e agosto, a margem bruta das distribuidoras pula de 15,5% para 20,9%. Enquanto isso, o custo da gasolina caiu de R$ 2,30 para R$ 1,80 por litro. Essa diferença não chega até nós, e com o aumento a partir de 2026, os estados vão ficar com parte desse valor.

Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo estão com um alto endividamento e dependem do ICMS, já que é um imposto fácil de cobrar e difícil de evitar. No fim das contas, quem sai perdendo é quem ganha menos, que acaba tendo um impacto maior no orçamento.

E essa história se repete com o diesel e o gás de cozinha. Enquanto a margem do diesel subiu para R$ 0,91 por litro, no gás, quase metade do preço do botijão é lucro das distribuidoras. Uma verdadeira maratona de aumentos, mesmo quando os preços internacionais dão uma trégua.

Se os conflitos globais aumentarem, a situação pode piorar. Pequenas altas do petróleo, somadas aos impostos mais altos, vão deixar a conta ainda mais pesada para o bolso do consumidor. Os especialistas afirmam que não há aumento significativo nos custos logísticos, mas as distribuidoras aproveitam a baixa nas refinarias para aumentar seus lucros. Afinal, sempre há uma desculpa para justificar o aumento no preço, não é?