Tesla encerra produção da versão básica da Cybertruck

A Tesla acaba de dar uma guinada inesperada em uma de suas promessas mais esperadas: a Cybertruck. Recentemente, a montadora decidiu tirar de linha a versão de entrada com tração traseira, que tinha sido lançada há poucos meses. Essa mudança reflete as dificuldades que a empresa enfrenta no mercado.

Essa versão mais acessível da Cybertruck era vendida como uma opção para quem queria se aventurar no mundo das picapes elétricas, com um preço inicial de US$ 61 mil (aproximadamente R$ 324 mil). Mas, no fim das contas, ela não conquistou o público. Em 2024, as vendas mal ultrapassaram 24 mil unidades, e até o meio de 2025, a previsão é que não cheguem a 15 mil.

No começo, tudo parecia promissor. A Tesla lançou mais de 1 milhão de reservas e tinha a meta de produzir de 250 a 500 mil unidades por ano. Porém, a produção real acabou caminhando para apenas 20 mil.

A versão de tração traseira tinha um acabamento mais simples, sem alguns itens como suspensão pneumática, tampa elétrica da caçamba e tomadas extras. Isso não ajudou a conquistar compradores, mesmo custando cerca de US$ 10 mil a menos que a versão AWD.

O curioso é que a retirada do modelo do site da Tesla aconteceu sem aviso prévio. Agora, o modelo mais em conta disponível está na faixa de US$ 79.990, enquanto a versão top de linha, a Cyberbeast, bate a casa dos US$ 114.990.

As críticas ao Cybertruck começaram antes mesmo dela tocar as ruas. Desde que foi anunciada em 2019, foram anos cheios de atrasos e mudanças nas especificações, além de muita polêmica em relação ao design. A promessa de um preço abaixo de US$ 40 mil nunca se concretizou.

Apesar da visão otimista de Elon Musk, que acreditava que a Cybertruck poderia revolucionar o mercado de picapes, a realidade mostrou que as vendas ficaram aquém do esperado. A desvalorização do modelo foi tanta que alguns até começaram a aceitá-lo como parte do pagamento de outros veículos na linha Tesla.

Atualmente, a estratégia da empresa parece focar nas versões mais caras, aquelas que garantem maior margens de lucro, reposicionando a picape como um produto para um seleto grupo de entusiastas dispostos a entrar nesse mundo por um preço mais alto. No fim, a saída da versão de entrada deixa claro que o futuro da Cybertruck caminha mais para um nicho de exclusividade do que para um grande mercado.