
O Madison Square Garden, em Nova York, será o local de um evento histórico para o boxe feminino nesta sexta-feira. O evento contará com oito lutas, com 17 títulos mundiais em disputa, o que garantirá uma entrada no Guinness Book, o livro dos recordes. O destaque da noite será o terceiro confronto entre Katie Taylor, da Irlanda, e Amanda Serrano, de Porto Rico, duas das maiores atletas atuais no boxe.
Katie Taylor fará a defesa de seu título unificado dos pesos meio-médios-ligeiros, que abrange as quatro principais organizações de boxe: Conselho Mundial de Boxe (CMB), Organização Mundial de Boxe (OMB), Federação Internacional de Boxe (FIB) e Associação Mundial de Boxe (AMB).
Além da luta principal, outras competições importantes também acontecerão. Alycia Baumgardner, conhecida como a rainha indiscutível da categoria superpena, defenderá seus quatro títulos contra a invicta espanhola Jennifer Miranda. Outra luta que destacará a noite será entre Cherneka Johnson e Shurretta Metcalf, pela divisão peso galo, elevando o número total de cinturões em disputa para doze.
Os cinco restantes títulos mundiais serão contestados em duas lutas preliminares. Savannah Marshall e Shadisa Green lutarão pelos cinturões supermédios da FIB e da OMB, enquanto Ellie Scotney e Yamileth Mercado estarão em disputa pelos cinturões supergalo das mesmas organizações.
Os cofundadores da Most Valuable Promotions, Jake Paul e Nakisa Bidarian, expressaram entusiasmo pelo evento, citando o impacto histórico do boxe feminino como uma parte importante de seu empreendimento.
O confronto entre Taylor e Serrano já aconteceu duas vezes, em 2022 e 2023, com Taylor saindo vencedora em ambas as ocasiões. No entanto, a competitividade foi tão acirrada que muitos acreditam que uma terceira luta era necessária. A programação será transmitida pelo Netflix a partir das 21 horas, e todos os ingressos para o evento já se esgotaram.
Katie Taylor, de 39 anos, tem uma carreira impressionante, incluindo uma medalha de ouro olímpica em Londres 2012 e 260 lutas amadoras, além de cinco títulos mundiais. Ela é conhecida por sua velocidade e habilidade em combates curtos, embora tenha um número limitado de vitórias por nocaute. Amanda Serrano, de 36 anos, possui um estilo de luta mais poderoso, com 31 nocautes em 47 vitórias, e é campeã em sete categorias.
Ambas as lutadoras reconhecem a importância da luta para o boxe feminino, e expressaram a expectativa de realizar um grande combate. Contudo, elas ainda enfrentam desafios em um esporte que não recebe a mesma atenção que o boxe masculino. Por exemplo, as bolsas recebidas por boxeadoras muitas vezes são significativamente menores em comparação com seus colegas homens, como a luta de Oleksandr Usyk, que recebeu uma bolada de US$ 6 milhões para seu combate.
O boxe feminino tem uma rica história que remonta a 1720, quando a inglesa Elizabeth Wilkinson começou a se destacar. Apesar do sucesso inicial, o boxe feminino foi banido e só voltou a ser aceito de forma esporádica no início do século XX, com mulheres se reunindo para lutar longe dos olhares críticos. Após décadas de luta por reconhecimento, com as pioneiras Barbara Buttrick, JoAnn Hagen e Phyllis Kugler, o boxe feminino começou a ser legalizado na década de 1970 e ganhou destaque na década de 1990, especialmente com a inclusão do boxe feminino nos Jogos Olímpicos em 2012.
Nos últimos anos, a qualidade técnica das lutadoras tem crescido significativamente, mantendo o interesse em eventos que atraem um grande público e geram receitas consideráveis.