Uber lança opção de viagens exclusivas para mulheres nos EUA

Nos últimos tempos, os aplicativos de transporte têm mudado a forma como nos movimentamos nas grandes cidades. Apesar de ser uma opção prática, muitas mulheres ainda sentem aquele frio na barriga ao entrar no carro de um desconhecido. Para ajudar a dar mais conforto e segurança, a Uber lançou uma nova função nos Estados Unidos que conecta motoristas e passageiras do mesmo gênero.

Atualmente, esse programa-piloto está rolando em Los Angeles, São Francisco e Detroit. A ideia é que, ao solicitar uma corrida, as passageiras possam optar por motoristas mulheres. E os motoristas também podem deixar a preferência de atender apenas passageiras. Não é uma sacada legal?

A funcionalidade “Women Preferences” já está presente em mais de 40 países desde 2019, como Austrália e México. Com mais de 100 milhões de corridas realizadas com esse sistema, a ideia é aumentar a chance de mulheres viajarem com outras mulheres. Ou seja, embora não garanta que você sempre será pareada com uma motorista do mesmo gênero, a probabilidade sobe consideravelmente.

De acordo com a própria Uber, cerca de 75% das passageiras apoiam essa novidade. Camiel Irving, vice-presidente de operações nos EUA e Canadá, reforça que o objetivo é proporcionar mais opções, controle e segurança para as mulheres, seja dirigindo ou navegando pelo aplicativo.

E essa preocupação é super válida. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que 2024 registrou 1.492 feminicídios no Brasil. Além disso, o assédio em corridas é uma realidade que não dá para ignorar. Embora já existam ferramentas de segurança, como gravações de áudio e vídeo durante as corridas, a busca por soluções inovadoras continua.

Por aqui, temos outros aplicativos que também estão fazendo a diferença. O 99, por exemplo, conta com o recurso 99Mulher, que permite motoristas receberem chamadas apenas de passageiras mulheres. Tem também o Lady Driver, que foca em corridas exclusivas para mulheres e até em serviços especiais para crianças e idosos.

A Uber já testou iniciativas parecidas em outros lugares, como Alemanha e Portugal. E seus concorrentes, como a Lyft nos EUA, também estão explorando funções para priorizar o pareamento por gênero, ainda que a Uber tenha um foco diferente em sua implementação.

O que se vê é que a tecnologia pode, sim, contribuir para aumentar a segurança no transporte, reduzindo desigualdades e criando um ambiente de mais confiança. E quem sabe, no futuro, a gente não vê essas novidades chegando por aqui?