
A política do Rio de Janeiro se tornou mais intensa com novas movimentações na disputa pela liderança do Palácio Laranjeiras, prevista para 2026. Na terça-feira, 8 de outubro, o senador Flávio Bolsonaro, do PL, pediu a reversão da demissão de Washington Reis, do MDB, da Secretaria de Transportes. Essa demissão foi uma decisão tomada na semana anterior pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar, que estava exercendo a função de governador na ocasião.
Bacellar não hesitou em responder, reafirmando sua disposição de abandonar a corrida pelo governo do estado se perceber que sua autoridade é ignorada por Cláudio Castro, atual governador e também do PL. Essa situação revela uma competição acirrada dentro do bolsonarismo no Rio, especialmente entre Bacellar e Reis, os quais buscam se posicionar como herdeiros do legado político da família Bolsonaro.
A relação entre os Reis e a família Bolsonaro é antiga. Durante as eleições presidenciais passadas, o grupo de Washington Reis se envolveu ativamente na campanha de Jair Bolsonaro no estado. Flávio Bolsonaro, em sua declaração, destacou a importância de manter a união e chamou a atenção do governador para reconsiderar a exoneração de Reis. Ele enfatizou que Washington é uma “grande liderança” e que o estado necessita de equilíbrio.
Bacellar, por sua vez, manteve um tom firme. Na última sexta-feira, durante uma entrevista, já havia expressado sua posição de que não concorreria ao governo se sua autoridade fosse desrespeitada. Ele reforçou sua posição, afirmando que não mudaria suas declarações.
A exoneração de Reis ocorreu enquanto Cláudio Castro estava em uma viagem a Portugal. Desde seu retorno ao Brasil no final de semana, o governador ainda não se manifestou sobre a situação.
Além disso, na sexta-feira anterior ao pedido de Flávio, Bacellar e Flávio Bolsonaro almoçaram juntos em Búzios, com o intuito de garantir apoio ao presidente da Assembleia. O gesto de Flávio sugere que Washington Reis ainda goza de prestígio dentro do círculo bolsonarista, intensificando a luta interna sobre quem representará o conservadorismo nas próximas eleições de 2026. Vale ressaltar que a situação de Reis é complexa, pois ele busca reverter sua inelegibilidade no Supremo Tribunal Federal.
A cena política no Rio de Janeiro continua em ebulição, com desdobramentos esperados para as próximas semanas.