Robin Wright critica disparidade salarial em House of Cards

Robin Wright compartilhou suas experiências durante o Festival de Televisão de Monte Carlo, enfatizando os desafios que enfrentou pela igualdade salarial na série “House of Cards”. A atriz, que interpretou um papel principal na produção de 2013, revisitou sua trajetória ao lado de Kevin Spacey, destacando a diferença de remuneração que teve que lidar.

Ela recordou que, quando David Fincher apresentou “House of Cards”, o diretor comentou sobre o potencial revolucionário da série. Wright afirmou que, apesar do sucesso do show, lutou para que seu salário fosse equivalente ao de Spacey. A atriz disse que, ao pedir um salário mais justo, ouviu que isso não seria possível porque ela não tinha um Oscar. Para compensar, foi oferecida a opção de ser produtora executiva e diretora, com três pagamentos diferentes, mas sem o reconhecimento salarial com base no seu trabalho como atriz.

Wright observou que essa situação é uma prática comum na indústria e questionou por que a remuneração de mulheres é frequentemente inferior à dos homens, mesmo quando ocupam papéis semelhantes.

Em sua fala, Wright também comentou sobre o final polêmico da série, revelando que a ideia foi dela. Ela se sentiu grata pela oportunidade de dirigir, destacando o apoio recebido durante a produção.

Além disso, a atriz falou sobre seu novo projeto, uma série psicológica chamada “The Girlfriend”, da Amazon MGM Studios. A atração, que será lançada no outono, aborda a tensão entre duas mulheres que competem pelo afeto de um jovem. O enredo é baseado no romance de Michelle Frances e terá Wright como protagonista, desempenhando o papel de Laura, uma mulher que vê sua vida perfeita ameaçada pela namorada do filho.

Wright também foi homenageada com o Crystal Nymph Award no festival, em reconhecimento à sua carreira e impacto na indústria audiovisual. Ela iniciou sua trajetória em televisão, com destaque para a novela “Santa Barbara”, antes de se destacar no cinema.

A atriz é engajada em causas sociais, especialmente na defesa das mulheres na República Democrática do Congo. Wright comentou sobre sua iniciativa de arrecadar fundos por meio de uma linha de pijamas femininos, ressaltando a dificuldade em obter apoio político em Washington, D.C.

Juntamente com a produtora Rola Bauer, Wright discutiu sobre a importância de entreter o público e trazer reflexões através das produções. A atriz também comentou sobre seus filmes icônicos, como “A Princesa Prometida” e “Forrest Gump”, mencionando como eles continuam a ser lembrados pelo público.

Wright expressou um carinho especial por “The Private Lives of Pippa Lee”, de Rebecca Miller, e comentou sobre a incerteza em torno do projeto “Kissinger Takes Paris”, que não tem novidades há quase um ano.

Por fim, a atriz destacou que suas maiores conquistas são seus filhos e reconheceu como “House of Cards” foi crucial em sua carreira, ajudando-a a encontrar novas oportunidades em um período difícil na indústria cinematográfica.