Hackear o Switch 2 vai ser IMPOSSÍVEL? Nintendo aprendeu com o primeiro console; entenda

Com o novo console chegando, muitos especialistas já começaram a pensar em como hackear o Switch 2, mas não será uma tarefa simples.

O Nintendo Switch revolucionou o mercado de games ao unir portabilidade e desempenho em um único console. Desde o seu lançamento, tornou-se sucesso absoluto de vendas e criou uma comunidade ativa, tanto de jogadores quanto de desenvolvedores independentes.

Contudo, essa popularidade também atraiu o interesse de hackers, que rapidamente encontraram formas de desbloquear o sistema. Assim, embora ele se tornasse mais acessível para qualquer pessoa, também acabou gerando diversos problemas, especialmente para a Nintendo.

Com o Switch 2 no horizonte, surgem dúvidas: será que será tão fácil hackear o novo console? Quais barreiras técnicas a Nintendo implementou para impedir isso? E o que muda na cena hacker? As respostas revelam um cenário bem mais complexo e desafiador.

Animado para hackear  Switch 2? Pense duas vezes: pode ser mais difícil do que o primeiro.
Animado para hackear Switch 2? Pense duas vezes: pode ser mais difícil do que o primeiro. / Fonte: Reprodução/Nintendo.

Como era o hack do Switch original?

Logo após o lançamento do Switch original, especialistas em segurança digital descobriram falhas graves na arquitetura do console. A mais emblemática foi a brecha no chip Tegra, fornecido pela NVIDIA, que permitia a ativação do modo de recuperação (RCM).

Esse modo, acessível com um simples curto-circuito, possibilitava a execução de códigos não autorizados, sem possibilidade de correção via software. A Nintendo precisou reformular o hardware e lançar versões revisadas do console, como o Switch V2 e o Lite, que bloquearam esse acesso direto.

A partir dessas revisões, os hackers passaram a recorrer a métodos mais sofisticados. Técnicas como o glitch de voltagem ganharam destaque por permitirem que o console ignorasse a verificação de segurança no momento exato da inicialização.

Para isso, era necessário soldar modchips que manipulavam eletronicamente o boot do aparelho. A prática exigia conhecimento técnico, ferramentas adequadas e uma boa dose de precisão. Ainda assim, o esforço valia a pena para quem queria rodar softwares alternativos e jogos piratas sem depender da loja.

Truques usados pelos hackers

O voltage glitch funcionava como um “tropeço eletrônico” proposital. Ao reduzir momentaneamente a voltagem do processador durante o boot, o sistema deixava de checar se o software carregado era oficial. Isso abria caminho para rodar sistemas modificados.

Para executar esse truque com sucesso, hackers instalavam modchips soldados diretamente na placa-mãe do Switch. Esses dispositivos interceptavam sinais vitais do console, simulando um boot alternativo. Gerava uma interrupção milimétrica na corrente elétrica, forçando o sistema a aceitar os códigos.

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Como fica para hackear o Switch 2?

O cenário muda radicalmente com a chegada do Switch 2. A Nintendo, em parceria com a NVIDIA, reformulou completamente a arquitetura de segurança. A principal alteração é a substituição do armazenamento interno eMMC por um chip UFS 3.1, mais moderno, rápido e complexo.

Além disso, um novo componente dedicado à segurança, chamado NV-RISCV, isola as chaves criptográficas do processador principal. Esse chip especializado dificulta ou até impossibilita a execução de códigos modificados, mesmo em tentativas bem-sucedidas de glitch.

As conexões entre os chips internos também mudaram. Agora, estão ocultas em camadas internas da placa, o que dificulta a instalação de qualquer tipo de modchip. Para interceptar os dados do UFS, seria necessário criar uma placa intermediária (interposer), o que supera os hackers domésticos.

Principais dificuldades para hackear o Switch 2

  • UFS 3.1 no lugar do eMMC: comunicação mais complexa e sem pontos de solda acessíveis.
  • Camadas internas da placa: acesso físico aos sinais críticos praticamente impossível.
  • Chip NV-RISCV: cofre dedicado que guarda as chaves de segurança, isolado do processador principal.
  • Proteção contra glitches: o novo processador detecta e bloqueia tentativas de manipulação por variação de voltagem.
  • Arquitetura com múltiplas travas: mesmo que o BPMP seja comprometido, o NV-RISCV impede o desbloqueio completo.

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Relembre o caso: hacker do Switch condenado à multa vitalícia

A Nintendo não apenas reforçou a segurança de seu novo console, como também intensificou sua atuação judicial contra a pirataria. Um dos casos mais emblemáticos envolveu Gary Bowser, membro do grupo Team-Xecuter, que atuava diretamente no desbloqueio de consoles da empresa.

Ele foi condenado em 2022 a mais de três anos de prisão e a pagar uma indenização de US$ 14,5 milhões à Nintendo. Apesar de já estar em liberdade, Bowser continua obrigado a repassar entre 25% e 30% de sua renda mensal à empresa japonesa.

Esse valor astronômico dificilmente será quitado. Até o momento, Bowser pagou apenas US$ 175, e sua situação financeira não indica capacidade de cobrir a dívida completa, estimada em mais de US$ 40 milhões até o fim da vida.

O caso serve como alerta: a pirataria pode ter consequências judiciais duras e duradouras. A Nintendo, por sua vez, deixa claro que não medirá esforços para proteger sua propriedade intelectual, tanto na Justiça quanto no desenvolvimento de seus consoles.

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