
O GP do Japão de domingo não entrou para a história da Fórmula 1 como uma das corridas memoráveis. Isso porque a degradação dos pneus foi tão baixa que os resultados finais se assemelharam muito aos das qualificações. E, para completar, as chances de ultrapassagem foram quase nulas. Quem já teve a oportunidade de enfrentar a pista de Suzuka sabe como isso pode deixar os fãs um pouco frustrados, né?
Ultrapassar por lá nunca foi tarefa fácil. A Curva 1, por exemplo, não é exatamente um lugar propício para manobras arrojadas. O DRS, que deveria ajudar, acaba sendo meio ineficaz devido às características do circuito. E aquelas retas curtas seguidas de freadas abruptas? Elas complicam ainda mais a tarefa de aproveitar o “slipstream” de um carro à frente.
Um fator que tem feito barulho nos últimos tempos é o famoso “ar sujo”. Mesmo com os carros da F1 sendo projetados para facilitar as ultrapassagens, a realidade ainda não é bem essa. A ideia era minimizar a perda de downforce quando um carro está atrás de outro, mas parece que as coisas não saíram como o planejado. Nas gerações passadas, a turbulência gerada pela busca incessante por desempenho tornava a tarefa de seguir outro carro uma missão quase impossível.
Os novos carros, com as regras mudadas, inicialmente prometiam uma redução na perda de downforce — de 47% para apenas 18% a 10 metros de distância do carro à frente. Mas, ao que tudo indica, isso não foi suficiente. Em Suzuka, ficou claro que, mesmo com o potencial de uma corrida apertada, os pilotos enfrentavam dificuldades para se manter a menos de um segundo dos adversários.
O desempenho constante dos pneus ajudou, mas isso apenas intensificou a falta de ultrapassagens. Em vez de chegar perto e desafiar o adversário, muitos pilotos acabaram se distanciando. Com as equipes aproveitando brechas nas regras, modificações aerodinâmicas têm acontecido a passos largos.
Asas dianteiras, por exemplo, são cuidadosamente regulamentadas, mas as equipes sempre encontram formas de aperfeiçoá-las. O que deveria melhorar a aerodinâmica acaba, na verdade, gerando mais turbulência e dificultando a aproximação dos carros.
Andrea Stella, chefe da equipe McLaren, resumiu bem a situação: a adição de downforce torna tudo ainda mais complicado. O ar sujo se transforma em uma barreira real para quem tenta ultrapassar, como vimos nas corridas passadas. O regulamento de 2026 promete trazer algumas mudanças para tentar reverter essa situação e tornar as corridas mais emocionantes.
Enquanto isso, circuitos como Suzuka continuarão sendo uma prova desafiadora para os pilotos. A expectativa é que, mesmo com os carros mais rápidos e fechados, as ultrapassagens ainda não sejam tão simples. Portanto, os fãs devem se preparar para ouvir falar sobre “ar sujo” ainda por um bom tempo nesta temporada.