
A Operação Carbono Oculto ganhou destaque recentemente, após ser deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo. Essa investigação está focada em um esquema complexo envolvendo fraudes em postos de combustíveis no estado. Entre os problemas apurados estão as adulterações na gasolina, manipulação de bombas de abastecimento e até sonegação de impostos. O mais preocupante é a possível ligação desses crimes com organizações do crime organizado, como o PCC. Isso não só impacta a economia, mas também levanta um alerta sobre a qualidade do combustível que chega até nós, motoristas.
Com a nova regra que entrou em vigor em 1º de agosto, o teor de etanol na gasolina agora é de 30%. Mas cuidado! Tem posto aproveitando essa mudança para misturar ainda mais álcool ou produtos baratos como a nafta. O resultado? Você pode estar pagando por gasolina e recebendo um combustível que não só prejudica o rendimento do seu carro, mas pode causar danos sérios ao motor. Quem dirige muito em estrada sabe como isso pode ser frustrante, não é?
De acordo com o Instituto Combustível Legal (ICL), essas fraudes causam um rombo de cerca de R$ 29 bilhões por ano. Dentre esse total, R$ 14 bilhões são por sonegação de impostos e outros R$ 15 bilhões por fraudes operacionais, como a venda de combustível adulterado. A dica do ICL é ficar atento a preços muito baixos, especialmente nas promoções de fim de semana, quando a fiscalização costuma ser mais branda.
Outro ponto importante é a forma de pagamento. Muitos postos desonestos preferem dinheiro vivo, dificultando o rastreamento das vendas. Isso também pode estar relacionado a práticas mais suspeitas, como lavagem de dinheiro. Portanto, é sempre bom pedir nota fiscal e, de preferência, pagar com cartão. Isso facilita qualquer reclamação futura se você perceber problemas no combustível.
Para evitar dores de cabeça, abasteça em postos de bandeira reconhecida e fique de olho no consumo do seu veículo. Sabe aquele “fede” de que o carro começou a consumir mais ou a engasgar? É hora de investigar. Você tem o direito de pedir testes de qualidade e volumetria no posto. Se descobrir que a gasolina está adulterada, pode acionar órgãos como o Procon, a ANP ou até a Polícia.
O ICL também está utilizando “clientes misteriosos” que abastecem em postos suspeitos e levam amostras para análise em laboratório. Só no ano passado, eles receberam mais de 1.300 denúncias de irregularidades. A regra é clara: desconfie de preços milagrosos e documente todas as suas compras. Caso enfrente algum problema, registre sua denúncia no site do Instituto e faça valer seus direitos. Afinal, a qualidade do combustível que abastece nosso carro é algo sério demais para deixar de lado.