
A exposição "Baú do Raul" será inaugurada nesta sexta-feira, 11 de agosto, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. A mostra, que fica em cartaz até 28 de setembro, visa despertar o interesse da nova geração, especialmente entre os jovens da geração Z, por Raul Seixas, um dos grandes nomes do rock brasileiro, que faleceu em 1989. Raul, apesar de ter uma legião fiel de fãs, ainda não alcançou a popularidade entre os jovens como Cazuza, cuja obra é frequentemente revisitada por artistas contemporâneos.
A exposição é uma resposta ao desafio de conectar Raul Seixas com o público atual. Para isso, conta com uma curadoria que investe em cenografia vibrante e interativa. A intenção é que os visitantes sintam a presença intensa do artista, com elementos como uma fita cassete gigante na entrada, que provoca tanto nostalgia quanto curiosidade entre os jovens a respeito de como era ouvir música nesse formato.
"Baú do Raul" possui 16 áreas temáticas, cada uma inspirada nas canções icônicas do cantor. Por exemplo, a alegoria dedicada a "Maluco Beleza" é cercada por luzes neon e o rosto do artista é formado por fitas cassetes e VHS, atraindo a atenção dos visitantes. Outras atrações incluem uma sala dedicada à música "Mosca na Sopa", que propõe uma reflexão ao provocar o visitante a se confrontar no espelho com a pergunta: "O que você está fazendo para perturbar o sistema?".
Existem também experiências interativas, como um espaço onde o visitante pode se apresentar em um karaokê sob um disco voador, com um vídeo da performance disponível ao final. O ingresso para a exposição custa R$ 30, e a atração do karaokê é à parte, custando R$ 10.
Para mergulhar na história de Raul Seixas, é necessário explorar os diversos documentos expostos, como manuscritos originais e material sobre sua produção musical. Entre os itens estão anotações detalhadas sobre o álbum "Gita", de 1974, e estudos que Raul fazia sobre psicologia, demonstrando sua curiosidade intelectual.
A mostra também revela o lado crítico do cantor. Um destaque é a carta que ele escreveu para a Censura, defendendo a liberação da letra de "Não Quero Mais Andar na Contra Mão", em que ele argumentava que sua música não fazia apologia às drogas, mas poderia ajudar na campanha governamental contra o uso de entorpecentes.
Entre as exposições, está o pijama que Raul usava quando faleceu, um objeto que traz um forte apelo emocional e que foi preservado por seu amigo Sylvio Passos. Ao visitar a mostra, o público pode apreciar objetos pessoais de Raul, como figurinos e fotografias de suas aparições na televisão.
A exposição "Baú do Raul" busca não apenas celebrar a obra do cantor, mas também incentivar uma reflexão sobre suas mensagens e a relevância de seu legado nos dias de hoje. A mostra representa uma oportunidade para novas gerações conhecerem e reinterpretarem a música e os pensamentos de Raul Seixas, cuja frase "eu sou uma metamorfose ambulante" continua a ecoar, chamando a todos para um autoconhecimento profundo.
Baú do Raul
- Onde: Museu da Imagem e do Som (MIS-SP). Av. Europa, 158, Jardim Europa.
- Quando: De 11 de agosto a 28 de setembro, de terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 20h; domingo, das 10h às 18h.
- Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia); entrada gratuita às terças-feiras.