PM irá monitorar garagens e corredores da cidade

A Polícia Civil de São Paulo confirmou que, até o momento, 180 ônibus foram depredados na cidade, um número menor do que o informado pela SPTrans, que falava em 235 veículos danificados. A diferença nos dados ocorre porque nem todos os casos de vandalismo resultaram em boletins de ocorrência, o que limita a atuação da polícia. Segundo o delegado Fernando Santiago, do Departamento de Investigação sobre Crime Organizado (Deic), a operação policial depende do registro formal dos incidentes.

Os investigadores afastaram, por enquanto, a hipótese de que facções criminosas estejam envolvidas nessa onda de ataques. O delegado Ronaldo Sayeg destacou que, até agora, não foram identificadas reivindicações claras que costumam ser associadas a crimes organizados. Em vez disso, a polícia está considerando outras possibilidades, incluindo a influência de desafios virais nas redes sociais.

Informações obtidas pelas empresas de transporte indicam que adolescentes podem estar envolvidos em alguns dos ataques. Essa evidência reforça a hipótese de que os atos de vandalismo são impulsionados por desafios populares entre jovens, embora outras possibilidades ainda não tenham sido descartadas.

Nos últimos dias, a situação se agravou. Ontem, foram registrados 35 ataques a ônibus na capital paulista, elevando o total de veículos danificados a mais de 200 em um período de três semanas. A zona sul da cidade é a mais afetada, concentrando cerca de 60% dos incidentes. A estatística revela que os ataques ocorrem principalmente em seis vias, incluindo a Washington Luís. Bairros como Capão Redondo e Campo Belo também notificaram casos em que janelas de ônibus foram quebradas, geralmente com o lançamento de pedras e outros objetos.