
A alpinista britânica Bonita Norris compartilha sua experiência sobre os desafios e os riscos de escalar o Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, com 8.849 metros. Este pico atrai centenas de alpinistas todos os anos, mas a escalada é perigosa e muitas pessoas perdem suas vidas na tentativa. Estima-se que mais de 330 pessoas já morreram durante a escalada do Everest, e cerca de 200 corpos permanecem na montanha, dificultando o resgate devido às condições extremas.
Um dos corpos mais conhecidos é o de Tsewang Paljor, chamado de Botas Verdes, que se tornou um ponto de referência para os escaladores. Bonita Norris, que conseguiu alcançar o cume em 2010, passou momentos críticos durante sua expedição e foi resgatada em um estado quase fatal, com o corpo congelado e semiconsciente.
Em entrevistas, ela revelou uma “regra não escrita” entre os montanhistas: a difícil decisão de deixar os corpos para trás nas montanhas. Durante uma recente entrevista, Bonita recordou como, apenas dois anos antes de escalar o Everest, ela não tinha interesse em montanhismo. Ao assistir a uma palestra sobre escalada, despertou um forte desejo de encarar o desafio. Em pouco tempo, ela começou a escalar, primeiro no Monte Snowdon, no norte de Gales.
Após sua experiência no Everest, Bonita falou sobre a dura realidade de encontrar vítimas nas montanhas. Ela menciona que, a partir de 7.000 metros, os alpinistas entram na chamada “zona da morte”, onde a competição por oxigênio é intensa e os riscos de problemas de saúde aumentam drasticamente. De acordo com um especialista da área, os alpinistas nessa região enfrentam apenas um quarto do oxigênio disponível ao nível do mar.
Bonita destaca que existe um código entre os montanhistas que visa evitar colocar mais vidas em risco durante tentativas de resgate. Para ela, cada dia na montanha é uma questão de vida ou morte, e essa realidade a leva a refletir sobre as verdadeiras prioridades, chegando à conclusão de que o mais importante não é apenas alcançar o topo, mas retornar para casa em segurança. Essa experiência intensa e muitas vezes trágica a ensina a valorizar ainda mais sua vida e a de sua família.