Atualizações: Trump diz que EUA ‘obliteraram’ sites nucleares no Irã

A atenção global se volta para a reação do Irã após os ataques dos Estados Unidos a três importantes instalações nucleares iranianas, ocorridos na madrugada de domingo. Esse evento intensifica a já crescente tensão entre os EUA e Irã, dentro do contexto de um conflito que se arrasta por 11 dias com Israel.

As primeiras avaliações sobre os ataques levantaram questões sobre a eficácia das ações dos EUA no que diz respeito à destruição do material nuclear enriquecido do Irã. O presidente dos EUA sugeriu a possibilidade de uma mudança de regime em Teerã, algo que pode complicar ainda mais a situação.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, declarou que o país possui “várias opções” para responder ao que considera uma agressão por parte dos EUA. Durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, os representantes iranianos expressaram forte descontentamento e ceticismo em relação a um diálogo diplomático. As opções em discussão incluem possíveis ataques a bases dos EUA na região e até o fechamento do Estreito de Ormuz, uma rota vital para o comércio global.

O presidente dos EUA também levantou a possibilidade de mudança no governo iraniano em uma postagem nas redes sociais, sugerindo que, se o regime atual não conseguisse beneficiar o país, uma mudança seria justificável. Essa declaração representa um desvio da posição de alguns oficiais de sua administração, que não necessariamente apoiam essa ideia abertamente.

Diversos aliados dos EUA manifestaram apoio aos ataques, argumentando que o Irã representa uma ameaça nuclear. Contudo, muitos pedem que a diplomacia seja a prioridade, temendo a escalada do conflito. O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, enfatizou que o Irã não pode ser permitido a desenvolver armas nucleares.

Dentro dos EUA, o ataque também enfrentou críticas, com legisladores de diferentes vertentes políticas expressando preocupações sobre a decisão do presidente. A deputada republicana Marjorie Taylor Greene, aliada a Trump, afirmou que essa não é a batalha dos Estados Unidos, enquanto o senador independente Bernie Sanders destacou que é preciso evitar que a história se repita.

Embora os bombardeios tenham sido determinados rapidamente na noite de sábado, pessoas próximas a Trump afirmam que a decisão já estava em grande parte tomada há dias. O objetivo, segundo relatos, era criar um plano que confundisse o Irã sobre os tempos dos ataques.

No contexto da operação chamada “Martelo da Meia-Noite”, a aviação dos EUA usou bombardeiros B-2 para lançar mais de uma dúzia de explosivos pesados em instalações nucleares, como as de Fordow e Natanz. Além disso, mísseis Tomahawk foram disparados contra a cidade de Isfahan. Apesar dos bombardeios, autoridades afirmam que os EUA não estão em guerra com o Irã, mas o presidente Trump advertiu sobre novos ataques caso o Irã não busque um acordo de paz.

Israel, por sua vez, também intensificou suas ações, realizando novos bombardeios contra alvos militares em Kermanshah, no oeste do Irã. Relatórios da mídia estatal iraniana indicaram que Israel havia atacado uma instalação militar em Parchin, ao sudeste de Teerã, momento em que o Irã disparou um míssil contra Israel, que foi interceptado pelas defesas aéreas israelenses.