
A Jaguar Land Rover (JLR), a gigante britânica da indústria automotiva, está enfrentando um verdadeiro vendaval. Tudo começou no dia 31 de agosto, quando a montadora teve que parar todas as suas operações após sofrer um ataque cibernético. Imagine a cena: sistemas inativos, fábricas paradas e funcionários sem saber quando vão voltar ao trabalho. Esse episódio já está ecoando pela economia britânica e gerando muitas preocupações.
A suspensão das atividades inicialmente duraria até meados de setembro, mas com o desenrolar dos fatos, ficou claro que a situação era bem mais séria do que se pensou. Agora, a expectativa é que a JLR retome suas operações apenas a partir do dia 1º de outubro, mas essa é uma previsão que pode mudar dependendo da gravidade do ataque.
A JLR, que agora faz parte do grupo indiano Tata Motors, opera com três fábricas no Reino Unido e produz cerca de mil carros por dia. Com a paralisação, as perdas na economia estão se acumulando, somando dezenas de milhões de libras diariamente. E a situação não afeta apenas a montadora; pequenas empresas que fornecem peças e serviços estão em risco de falência.
Com mais de 33 mil trabalhadores em casa, muitos deles já estão enfrentando apertos financeiros. O sindicato Unite está batendo à porta do governo, pedindo apoio para evitar cortes de emprego que podem ser devastadores, especialmente em uma cadeia de suprimentos que já está sob pressão.
O governo britânico está ciente da gravidade da situação e mandatários como o ministro de Negócios, Peter Kyle, e o ministro da Indústria, Chris McDonald, já visitaram as fábricas para entender a situação de perto. Eles prometeram agir para ajudar os fornecedores e acelerar a volta à produção.
Enquanto isso, a montadora não está parada. Suas equipes estão trabalhando sem descanso, com o suporte de especialistas em segurança cibernética e de órgãos como o Centro Nacional de Segurança Cibernética. O objetivo é restaurar os sistemas rapidamente e reverter essa crise.
Curiosamente, a própria JLR reconheceu que dados foram acessados pelos hackers, algo que antes era negado. Se o cenário se estender até novembro, estima-se que 50 mil veículos deixarão de ser produzidos, numa perda de até 120 milhões de libras em lucros.
E a situação é ainda mais complexa: cerca de 200 mil pessoas que trabalham com o fornecimento para a JLR também estão sendo afetadas. Muitas dessas empresas são totalmente dependentes da montadora, o que complica ainda mais a recuperação.
Esse evento destaca a vulnerabilidade da indústria britânica a ataques digitais. A JLR se junta a outras grandes empresas, como Marks & Spencer e Co-op, que já passaram por experiências similares. Essa situação reacende a discussão sobre a necessidade urgente de fortalecer a proteção cibernética em setores críticos.
A estrada é longa, mas é fundamental que todos os envolvidos se unam para superar essa maré alta.