
Na quinta-feira, 7 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, tiveram uma conversa telefônica para discutir a cooperação entre os dois países e a situação internacional. A ligação foi feita do Palácio da Alvorada, um dia após os Estados Unidos implementarem uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Nesse mesmo dia, o presidente americano Donald Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre produtos indianos, em resposta ao comércio da Índia com a Rússia. Essa medida serve como um alerta para o Brasil, que também mantém laços econômicos e diplomáticos com Moscou e pode enfrentar novas sanções se Trump for reeleito.
Embora a conversa entre Lula e Modi já estivesse planejada antes das novas tarifas, a situação global se tornou o tema principal da discussão. Ambos os líderes enfatizaram o desejo de aumentar o comércio entre Brasil e Índia e de fortalecer as alianças políticas dentro do Brics, grupo que também inclui China, Rússia e África do Sul.
O Brics tem sido criticado por Trump, especialmente depois que o grupo avançou na proposta de criar uma moeda comum para transações comerciais, como uma alternativa ao dólar americano. Lula pretende levar a questão das tarifas para a próxima cúpula do Brics, buscando uma resposta conjunta às ações dos Estados Unidos.
Além disso, Lula está considerando uma visita oficial à Índia em 2026 para fortalecer ainda mais as relações entre os dois países. Há cerca de um mês, Modi e Lula se encontraram no Palácio da Alvorada, onde o primeiro-ministro indiano sugeriu que o comércio entre Brasil e Índia poderia atingir 20 bilhões de dólares anuais, caso as barreiras comerciais fossem reduzidas e as exportações diversificadas.