
A sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados foi marcada por debates acalorados sobre a conduta do deputado André Janones, do Avante-MG. O presidente do conselho, Fábio Schiochet, do União-SC, defendeu que Janones foi notificado sobre a convocação para o julgamento, informando que o sistema da Câmara confirmou que ele tinha lido o e-mail enviado no sábado.
Janones não compareceu ao início da sessão e foi o último a se manifestar. Ao chegar, ele alegou que não tinha conhecimento sobre a reunião até algumas horas antes, dizendo que, caso soubesse, teria feito um esforço para chegar mais cedo. Em sua defesa, comentou que não teria dificuldades em pedir desculpas, mas reforçou que precisava entender qual ofensa havia cometido.
Durante sua fala, Janones se mostrou irônico, mencionando que se referia ao deputado Nikolas Ferreira, do PL-MG, como “Nikole” para respeitar como ele se identifica. Essa afirmação faz referência a uma aparição de Nikolas, que usou uma peruca e deu um discurso considerado transfóbico em março de 2023.
O Conselho de Ética decidiu que Janones seria suspenso por três meses. Inicialmente, a pena proposta era de seis meses, mas o conselho optou pela redução, equiparando a punição a de outro deputado, Gilvan da Federal, que enfrentou situação semelhante. O relator do caso, Fausto Santos Jr., do União-AM, acatou essa decisão.
A suspensão de Janones entra em vigor a partir de amanhã. O deputado anunciou que irá recorrer da decisão e a legislação permite que ele faça isso no prazo de 24 horas, solicitando que o plenário da Câmara revise o julgamento do Conselho de Ética.