Novonor solicita STF que cobre devolução de provas do Peru

A Novonor, anteriormente conhecida como Odebrecht, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que peça ao governo do Peru a devolução imediata de provas obtidas através da colaboração entre ex-executivos da empresa e autoridades brasileiras na Operação Lava Jato.

No dia 16 de junho, a empresa enviou uma petição ao ministro Dias Toffoli, na qual argumenta que o Estado peruano estaria utilizando de maneira inadequada as informações provenientes dos sistemas Drousys e MyWebDay B. Esses sistemas continham registros de pagamentos de propinas e depoimentos de ex-executivos da Odebrecht que foram considerados ilegais pelo STF.

Na petição, a Novonor destaca a “alta suscetibilidade” das autoridades peruanas, especialmente da força-tarefa do Ministério Público do Peru, em descumprir acordos estabelecidos com o Brasil. A empresa afirma que as provas nulas estão sendo utilizadas para prejudicar seus colaboradores. Segundo o acordo de leniência, o compartilhamento de provas com outros países deveria garantir a proteção dos benefícios acordados com as autoridades brasileiras.

Além disso, a Novonor menciona que o governo do Peru tem agido de forma ilegal e pede que a Justiça brasileira notifique o Peru sobre a necessidade de devolução das provas compartilhadas, barrando a continuação do uso dessas informações em investigações e processos judiciais.

O STF já havia anulado várias provas da Lava Jato que foram obtidas através dos sistemas Drousys e MyWebDay, depois de constatar que elas foram manipuladas durante a operação. Em um caso semelhante, Toffoli também anulou provas contra o ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas, que foram coletadas através dessa mesma fonte.

A Novonor não comentou sobre o pedido feito ao STF. A reportagem também tentou entrar em contato com o Ministério Público do Peru, mas não obteve resposta. O STF ainda não informou se haverá uma resposta ao pedido da Novonor.