
Azul Linhas Aéreas, uma das principais companhias aéreas do Brasil, anunciou a descontinuação de três rotas a partir do Aeroporto Internacional de Fort Lauderdale-Hollywood (FLL). Essa decisão ocorre quase um mês após a empresa ter solicitado proteção de falência sob o Capítulo 11 nos Estados Unidos.
As rotas afetadas são: Fort Lauderdale para Belo Horizonte, Fort Lauderdale para Manaus e Fort Lauderdale para Willemstad, em Curaçao. A previsão é que todas cessem operações em meados de agosto de 2025, embora a companhia ainda não tenha explicado oficialmente os motivos para essa mudança.
A primeira rota a ser interrompida é a que conecta Fort Lauderdale ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Essa ligação tem uma distância de 3.451 milhas náuticas (aproximadamente 6.392 km) e atualmente é operada exclusivamente pela Azul com aviões Airbus A330. O tempo de voo é de cerca de oito horas.
A segunda rota é a que liga Fort Lauderdale ao Aeroporto Internacional de Manaus, com uma extensão de 2.096 milhas náuticas (3.881 km). Assim como a rota para Belo Horizonte, essa também é operada somente pela Azul, mas com aeronaves Airbus A320.
A terceira rota, que será descontinuada, conecta Fort Lauderdale ao Aeroporto Internacional de Willemstad em Curaçao, cobrindo uma distância de 1.044 milhas náuticas (1.934 km). A Azul realiza voos diretos nessa rota, que dura aproximadamente duas horas, utilizando também o Airbus A320, com quatro voos semanais programados.
Nos últimos anos, a Azul enfrentou sérios desafios financeiros, especialmente após a pandemia de COVID-19. No dia 28 de maio de 2025, a companhia teve suas ações desvalorizadas e optou por entrar com um pedido de proteção sob o Capítulo 11. Desde então, a empresa tenta reestruturar sua dívida, que chega a cerca de 1,6 bilhão de dólares, com o suporte de grandes companhias aéreas como American Airlines e United Airlines. A reestruturação visa eliminar mais de 2 bilhões de dólares em dívidas e garantir até 950 milhões de dólares em financiamento adicional.
Após o pedido de falência, o CEO da Azul, John Rodgerson, comentou sobre a situação da empresa, afirmando que a companhia tinha dívidas excessivas acumuladas durante a pandemia e que agora tinha a oportunidade de corrigir essa situação. A Azul já assegurou acordos com vários credores, incluindo os responsáveis pelo financiamento de suas aeronaves.
A descontinuação dessas rotas e a reestruturação financeira da companhia ocorrem em um momento delicado, principalmente considerando a busca da Azul por uma fusão com a Gol, outra grande aérea brasileira. No entanto, os problemas financeiros de ambas as companhias complicaram a realização dessa fusão, e o pedido de falência da Azul pode inviabilizar ainda mais essa possibilidade.