
Israel realizou uma série de ataques aéreos em diversas instalações no Irã, incluindo a usina de enriquecimento de urânio em Natanz. Os ataques resultaram no dano das instalações nucleares e na morte de importantes líderes militares e cientistas na capital, Teerã. Responsáveis pelos serviços de emergência israelenses informaram que, desde os ataques, pelo menos dez pessoas morreram no Irã, enquanto as autoridades iranianas não relataram vítimas dos ataques israelenses.
Na sequência dos bombardeios, o ministério das Relações Exteriores do Irã criticou Israel, classificando os ataques como “imprudentes” e dirigidos a suas instalações nucleares que o país afirma serem pacíficas. Em resposta, o Irã lançou ataques aéreos contra Israel.
O vice-ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, ressaltou que a usina de Natanz operava sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e alertou sobre o potencial risco de um “desastre radiológico” devido aos ataques. Em contrapartida, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alegou que as operações eram necessárias para proteger a sobrevivência do Estado de Israel. Ele afirmou que, se o programa nuclear iraniano não for contido, o Irã poderá desenvolver uma arma nuclear rapidamente.
Os militares israelenses alegaram ter coletado informações indicando que o Irã estava fazendo progressos na produção de componentes que poderiam ser usados em armas nucleares, como urânio metálico. No entanto, especialistas, incluindo uma diretora de políticas de não proliferação, apontaram que não há evidências concretas de que o Irã esteja prestes a desenvolver uma arma nuclear.
O programa nuclear iraniano tem gerado desconfiança internacional, embora o país afirme que suas intenções são pacíficas, voltadas para a geração de energia. Uma investigação anterior da AIEA descobriu que, entre o final da década de 1980 e 2003, o Irã envolveu-se em atividades relevantes para o desenvolvimento nuclear, mas não há confirmação de que esteja atualmente buscando esses objetivos. Em 2015, um acordo foi firmado entre o Irã e seis potências globais, colocando limites a suas atividades nucleares em troca do alívio das sanções.
Após a retirada dos Estados Unidos do acordo em 2018 e a reimposição de sanções, o Irã começou a desrespeitar as restrições e intensificou seu enriquecimento de urânio, acumulando um estoque que poderia, teoricamente, permitir a produção de até nove armas nucleares. Recentemente, a AIEA declarou que o Irã violou suas obrigações de não proliferação, enquanto Teerã anunciou planos de expandir suas capacidades nucleares.
Os ataques israelenses são vistos como um esforço para atrasar o progresso do programa nuclear iraniano. Informações indicam que os bombardeios danificaram a sala de centrífugas em Natanz e outras infraestruturas essenciais. A AIEA confirmou que tanto a sala de enriquecimento quanto a infraestrutura elétrica da usina sofreram avarias.
Os ataques também atingiram a usina em Fordo e um centro em Isfahan, onde Israel alega ter desmantelado capacidades de produção de urânio metálico e outras infraestruturas. Apesar das operações israelenses, especialistas enfatizam que a destruição de instalações não elimina o conhecimento nuclear do Irã, que pode rapidamente se recuperar e intensificar suas atividades de enriquecimento. O primeiro-ministro Netanyahu afirmou que as operações continuarão pelo tempo que for necessário para neutralizar a ameaça nuclear iraniana.