
O ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, confirmou que violou a tornozeleira eletrônica durante seu período de prisão domiciliar. Ele explicou que tentou usar um ferro de soldar no equipamento, o que resultou em parte do dispositivo derretido. O vídeo desse incidente foi anexado ao processo em andamento contra ele.
A informação veio à tona após a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) enviar um relatório técnico e o vídeo ao Supremo Tribunal Federal (STF). No vídeo, um agente de segurança questiona Bolsonaro se ele utilizou algum objeto para danificar a tornozeleira. O ex-presidente responde: “meti um ferro quente aí”, justificando que foi movido pela curiosidade. Ele afirmou que a tentativa de interferir na tornozeleira ocorreu no início da tarde.
Este episódio foi um dos fatores que levaram o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a solicitar a prisão preventiva de Bolsonaro. O ministro deu um prazo de 24 horas para que o ex-presidente se explicasse sobre a violação.
Além do vídeo, uma transcrição do diálogo entre Bolsonaro e a agente é reveladora. Durante a conversa, a agente questiona sobre o tipo de ferro usado e se ele tentou puxar o bracelete. Bolsonaro nega ter tentado romper a pulseira.
O ex-presidente foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal na manhã do dia 22. Moraes destacou que a violação da tornozeleira eletrônica e a proximidade da residência de Bolsonaro com as embaixadas dos Estados Unidos e da Argentina geravam um risco de fuga. A convocação de uma vigília organizada pelo senador Flávio Bolsonaro também foi citada como uma potencial ameaça a sua segurança.
Bolsonaro ficará em uma sala de 12 m² na sede da PF, sob prisão preventiva, e uma audiência de custódia por videoconferência está programada para este domingo ao meio-dia. Importante ressaltar que essa prisão preventiva não está relacionada à condenação anterior de Bolsonaro, que enfrenta uma pena de 27 anos e três meses por tentar frustrar o processo democrático.
A defesa de Bolsonaro solicitou sua transferência de volta para prisão domiciliar, alegando problemas de saúde, incluindo complicações cardiológicas e um recente diagnóstico de câncer de pele. No entanto, o pedido foi negado por Moraes. Para discutir a situação, o ministro convocou uma reunião virtual da Primeira Turma do STF, agendada para a segunda-feira, dia 24, entre 8h e 20h.

