Marco Rubio se encontra com parlamentares sobre ataques a embarcações

EUA Realizam Reunião Secreta Sobre Operações Militares no Caribe e Pacífico

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, convocou uma reunião a portas fechadas com parlamentares nesta quarta-feira, 5. O encontro, que ocorreu com líderes republicanos e democratas, além de membros dos comitês de inteligência, tem como foco esclarecer as recentes operações militares contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico, que já resultaram em mais de 60 mortes.

A informação foi divulgada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. Detalhes específicos sobre a discussão não foram revelados até o fechamento deste relatório.

Contexto dos Ataques

A reunião acontece um dia após um novo ataque a uma embarcação no Pacífico, conduzido pelo governo Trump, que pode ser questionado sob a legislação dos EUA. O secretário de Guerra, Pete Hegseth, anunciou que a ação foi parte de um esforço de combate ao narcotráfico na região. Durante a operação, duas pessoas foram mortas, mas Hegseth não apresentou evidências conclusivas de que os alvos eram narcotraficantes, apenas mencionou que a embarcação estava em uma rota de tráfico conhecida.

Os ataques foram intensificados a partir de 2 de setembro. Segundo a Resolução de Poderes de Guerra, aprovada em 1973, o presidente dos EUA deve obter a aprovação do Congresso para ações militares que excedam 60 dias em zonas de hostilidade. Esse prazo expirou no início de outubro. Porém, o Departamento de Justiça argumenta que os ataques não se enquadram nessa legislação, uma vez que o entendimento do governo Trump é que essas operações não ocorrem em zonas hostis.

Pressão por Decisões mais Agressivas

Recentemente, aumentou a pressão sobre o presidente Donald Trump para adotar uma postura mais agressiva em relação à Venezuela. De acordo com informações de veículos de comunicação, assessores próximos, como Marco Rubio e Stephen Miller, apresentaram três propostas ao presidente: ataques diretos a instalações militares venezuelanas, envio de forças especiais para capturar o presidente Nicolás Maduro e a tomada dos campos de petróleo do país. Contudo, Trump ainda não tomou uma decisão sobre essas questões.

No último domingo, Trump declarou em entrevista à CBS que os dias de Maduro "estão contados." No entanto, ele também havia afirmado dias antes que não planejava realizar incursões militares na Venezuela.

Reação da Venezuela

Em resposta, durante o 5º Congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o presidente Nicolás Maduro alertou que qualquer invasão enfrentaria uma resistência muito além do governo. Segundo ele, tal ação uniria povo e nações da América Latina e do Caribe em um movimento de resistência popular.

Maduro ainda agradeceu ao Papa Leão 14, que criticou a presença militar dos EUA perto da Venezuela e fez um chamado ao diálogo. O presidente venezuelano afirmou que a busca pela paz deve prevalecer sobre qualquer ação militar.

Esse cenário reflete tensões acentuadas entre os Estados Unidos e a Venezuela, com implicações significativas para a estabilidade da região.