Eleições legislativas na Argentina ocorrem sem incidentes

Neste domingo (26), a Argentina realizou eleições legislativas importantes para escolher deputados e senadores. As votações são fundamentais para decidir o futuro das políticas do presidente Javier Milei, que tem promovido cortes nos gastos públicos. Estão em jogo 127 cadeiras da Câmara dos Deputados e 24 do Senado, com cerca de 35 milhões de eleitores convocados para votar em todo o país.

Até as 18h (horário local), as autoridades eleitorais informaram que o pleito transcorria de forma tranquila. Durante as primeiras horas de votação, aproximadamente 17% do eleitorado já havia participado, de acordo com a Direção Nacional Eleitoral (Dine).

Essas eleições acontecem em um momento de dificuldades econômicas e sociais para muitos argentinos, tornando-se um ponto crucial para a formação do Congresso. Pesquisas de opinião indicavam uma leve vantagem para o partido de Milei, chamado La Libertad Avanza, que contava com 36,7% das intenções de voto. O principal opositor, a frente peronista Fuerza Patria, aparecia com 34,8%, o que caracteriza uma situação de empate técnico.

A votação abrange metade dos deputados e um terço dos senadores do país. Os resultados oficiais devem ser divulgados a partir das 23h.

O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, do Partido Justicialista e ligado ao peronismo, ressaltou a importância deste dia para o futuro político da província e da Argentina. Kicillof é visto como um novo líder que tem como referência a ex-presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que governou de 2007 a 2015.

Em uma mensagem de áudio enviada da prisão domiciliar e compartilhada nas redes sociais, Kirchner destacou que a renovação do Congresso é uma oportunidade decisiva e pediu aos eleitores para expressarem nas urnas um “basta ao desgoverno de Milei”. A ex-mandatária, que foi condenada em 2022 por corrupção relacionada a obras públicas na província de Santa Cruz, afirmou que “o experimento libertário de Milei fracassou”, lembrando que sua condenação foi validada pela Suprema Corte neste ano.