Nissan fechará estúdio de design no Brasil após novos cortes

Mais uma movimentação do plano da Nissan para dar uma sacudida em suas operações veio à tona. Com um cenário que se desenha de demissões e o fechamento de fábricas, a marca também decidiu fechar dois estúdios de design globais e enxugar suas atividades no Japão e no Reino Unido. O objetivo aqui é deixar o desenvolvimento de veículos mais ágil e eficiente.

No papo que teve com a Automotive News, o chefão de design global, Alfonso Albaisa, mencionou que essa estratégia conseguirá reduzir em até 40% o tempo gasto em projetos e ainda cortar os custos de desenvolvimento em cerca de 25%. Ele citou a agilidade dos processos na China como uma grande inspiração, onde a burocracia é bem menor.

O que muda no Brasil

Falando especificamente do Brasil, o "facão" vai atingir o estúdio The Box, que foi inaugurado em 2019 em São Paulo. Esse espaço era um laboratório criativo focado no mercado latino-americano e agora será encerrado até março de 2026, junto com o Nissan Design America, que fica em San Diego, Califórnia.

Com essa reestruturação, o estúdio de Atsugi, no Japão, passa a ser o principal hub global da marca. O Studio Six em Los Angeles vai liderar as iniciativas na América do Norte, inclusive para a linha da Infiniti. O estúdio em Londres, Nissan Design Europe, vai continuar dando suporte aos mercados da região AMIEO, que abrange África, Oriente Médio, Índia, Europa e Oceania. Enquanto isso, o estúdio em Xangai permanecerá focado no mercado chinês, e o Creative Box, em Tóquio, vai cuidar de projetos mais experimentais.

Revitalização e planos futuros

Essas mudanças fazem parte do plano Re:Nissan, lançado pelo CEO Ivan Espinosa, que tem como meta economizar cerca de ¥ 250 bilhões (cerca de US$ 1,7 bilhão) até 2028. Além das demissões e fechamento de fábricas, a ideia é simplificar a engenharia da marca, reduzindo de 13 para 7 o número de plataformas globais. Isso deve encurtar os ciclos de desenvolvimento de novos veículos de 52 para 37 meses e as atualizações de 48 para 30 meses.

Sabemos que enfrentar essas mudanças não é fácil. A marca tem decisões duras pela frente, mas essas ações podem evitar um cenário ainda mais complicado no futuro. A expectativa agora é que essas melhorias realmente façam a diferença e ajudem a Nissan a recuperar o fôlego.