
No último domingo, 7 de setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez declarações contundentes contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma manifestação de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, em comemoração ao Dia da Independência.
Tarcísio subiu ao palco diante de milhares de apoiadores e, em meio a gritos de “Fora Moraes”, afirmou que a população não aceitaria mais o que chamou de “tirania” do ministro. Ele destacou a sua insatisfação com a atuação de Moraes, enfatizando a necessidade de um equilíbrio entre os Poderes, em meio a críticas de seguidores que vêem uma suposta ditadura emergindo no país.
A menção à “ditadura” por parte do governador estava relacionada, principalmente, ao processo judicial contra Jair Bolsonaro, que é acusado de tentativa de golpe de Estado e de estar implicado em ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Tarcísio, ao se referir a esse contexto, declarou que não aceitará a dominação de um Poder sobre o outro.
Além das críticas a Moraes, o governador também falou sobre a necessidade de uma anistia ampla e irrestrita para os réus no caso envolvendo Bolsonaro. Ele comparou a situação atual à anistia de 1979, que ocorreu durante o último governo militar no Brasil. Tarcísio argumentou que o processo judicial contra Bolsonaro está comprometido, afirmando que a única evidência significativa contra ele provém da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
Tarcísio criticou ainda a utilização de delações como base para condenações, sugerindo que isso prejudica a justiça.
Essas declarações se inserem em um contexto de crescente polarização política no país, com apoiadores e críticos de Bolsonaro frequentemente se manifestando em grandes eventos. O discurso do governador na Avenida Paulista evidencia a tensão entre os diferentes setores do governo e a sociedade, refletindo a fragilidade do diálogo político atual.