
A economia dos Estados Unidos teve um desempenho positivo em junho, com a adição de 147 mil novos postos de trabalho fora do setor agrícola. Esse número é um pouco maior que os 144 mil empregos recém-revistados criados em maio, conforme dados divulgados pelo Departamento do Trabalho. A taxa de desemprego também apresentou uma queda inesperada, passando de 4,2% para 4,1%, enquanto muitos economistas esperavam que a taxa aumentasse.
O relatório sobre o mercado de trabalho foi divulgado um dia antes do habitual em razão do feriado do Dia da Independência, celebrado na sexta-feira. Apesar do crescimento de empregos ser maior do que o antecipado, especialistas notam que a criação de vagas está desacelerando. Isso se deve, em parte, à dificuldade que muitas empresas enfrentam para recrutar novos funcionários, especialmente após os desafios trazidos pela pandemia de Covid-19. As demissões, no entanto, continuam em níveis baixos, pois muitos empregadores mantêm seus trabalhadores nas funções.
A confiança tanto de empresas quanto de consumidores havia subido após a eleição do presidente Donald Trump, motivada pela expectativa de cortes de impostos e um ambiente regulatório mais favorável. Contudo, essa confiança começou a mostrar sinais de queda pouco tempo depois. Economistas observam que as políticas, como tarifas em produtos importados e medidas de imigração mais restritivas, podem ter afetado negativamente a percepção pública sobre a economia.
Além das novas contratações, indicadores relacionados ao pedido de auxílio-desemprego sinalizam um possível desgaste no mercado de trabalho. Isso ocorre em um contexto em que o banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed), tem aumentado as taxas de juros com o objetivo de controlar a inflação. A maioria dos analistas prevê que a taxa de desemprego possa aumentar no segundo semestre deste ano, o que poderia levar o Fed a reconsiderar suas políticas monetárias.
Atualmente, a taxa de juros de referência do Fed permanece entre 4,25% e 4,50%, um patamar que se mantém inalterado desde dezembro. O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou recentemente que a instituição adotará uma postura cautelosa, buscando entender melhor os efeitos de suas políticas econômicas antes de realizar novos cortes nas taxas de juros.