
O julgamento do famoso rapper americano Sean “Diddy” Combs, acusado de liderar uma operação de tráfico sexual, teve um desfecho com dois veredictos de culpa e três absolvições. O rapper foi considerado culpado de transportar sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, e outra mulher, chamada “Jane”, para fins de prostituição.
Por outro lado, Diddy foi absolvido da acusação mais grave, que envolvia conspiração para racketeering, além de duas acusações de tráfico sexual relacionadas a Cassie e “Jane”. O artista de 55 anos se declarou inocente e negou todas as acusações.
O processo incluiu testemunhos que revelaram práticas de coerção em encontros sexuais com acompanhantes masculinos, que Diddy supostamente assistia. Durante uma operação na mansão do rapper em Los Angeles, a polícia encontrou itens que, segundo afirmaram, eram usados nesses encontros, incluindo drogas e mais de mil frascos de óleo infantil.
A absolvição de Diddy da acusação de racketeering é considerada uma vitória para sua equipe jurídica. Os advogados questionaram se os funcionários de Diddy sabiam dos encontros, com Cassie afirmando que não os viu presentes. Para que o rapper fosse condenado por racketeering, os promotores precisariam provar que ele utilizou uma rede de associados para cometer crimes como tráfico sexual, sequestro e obstrução da justiça.
O crime de transporte para prostituição, do qual Diddy foi condenado, pode resultar em uma pena máxima de 10 anos de prisão. A procuradora Maurene Comey declarou que pedirá a aplicação de 20 anos, alegando que o réu representa um perigo. Diddy está detido no Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn, em Nova York, desde sua prisão em setembro de 2024.
Após o veredicto, a defesa pediu a liberação de Diddy até a audiência de sentença, oferecendo um fiança de 1 milhão de dólares, que foi negada por um juiz. O rapper enfrentará o tempo de prisão a ser estipulado pelo juiz, que ainda não definiu a data da sentença.
Além dessas acusações, Diddy enfrenta múltiplas ações judiciais por agressão sexual, com mais de 100 pessoas, homens e mulheres, registrando queixas contra ele. Em 2023, uma mulher alegou ter sido estuprada pelo rapper e outros em 2003, quando tinha apenas 17 anos, após ser drogada. A equipe de Diddy qualificou essas denúncias como tentativas de buscar publicidade.
A história legal de Diddy começou em 2023, quando Cassie, sua ex-parceira, o processou por abuso físico e sexual. Embora o caso tenha sido resolvido rapidamente, outras denúncias surgiram desde então, algumas datando de 1991. Os detalhes de seu passado controverso foram ainda mais complicados em 2024, quando surgiram gravações de uma ocasião em que Diddy foi visto agredindo Cassie em um hotel. O rapper expressou arrependimento sobre seu comportamento na época.
O processo de seleção dos jurados foi criterioso, avaliando moradores da região e suas opiniões sobre artistas de hip-hop e questões de violência. O tribunal enfatizou a importância de ter um júri justo e imparcial para o julgamento.
Diddy, que também é conhecido como Puff Daddy e P Diddy, começou sua carreira musical nos anos 1990, ajudando a lançar artistas como Mary J. Blige e The Notorious B.I.G. Seu selo, Bad Boy Records, tornou-se um dos mais importantes no rap, enquanto ele diversificou sua carreira com negócios fora da música, promovendo marcas como a vodka Cîroc. Em 2023, lançou um novo álbum e foi reconhecido como um ícone global nos MTV Awards.