
Em abril de 2023, a inadimplência entre as empresas brasileiras atingiu um nível alarmante, com 7,5 milhões de CNPJ’s apresentando contas em atraso. Esse número representa 32,5% do total de empresas ativas no Brasil, sendo o maior percentual registrado desde o início da série histórica coletada por especialistas.
O valor total das dívidas acumuladas pelas empresas inadimplentes alcançou R$ 177 bilhões. Em média, cada um desses negócios estava com 7,3 dívidas em sua conta, com um valor médio de R$ 3.227,80 por dívida.
Pequenas e microempresas foram as mais afetadas pela crise de inadimplência, somando cerca de 7,1 milhões das empresas que não conseguiram honrar seus compromissos financeiros. Essas categorias de empresas geraram 49,5 milhões de contas em atraso, totalizando R$ 152,4 bilhões da dívida total.
As médias e grandes empresas também enfrentaram dificuldades, com aproximadamente 32 mil e 23 mil delas, respectivamente, com contas em aberto.
A economista Camila Abdelmalack apontou que o aumento da inadimplência começou em dezembro de 2022 e é impulsionado por altas taxas de juros e uma maior dificuldade para acessar crédito. Esses fatores têm dificultado a renegociação das dívidas, levando os empresários a acumular ainda mais inadimplência.
O setor de serviços foi o que mais concentrou empresas com dívidas, representando 53,3% do total. Em seguida, estão o comércio, com 34,5%, e a indústria, com 8,0%. Na análise dos segmentos que originaram as dívidas, os serviços foram responsáveis por 31,6% do montante, seguidos por bancos e cartões de crédito, que contribuíram com 20,8%.
Em relação à localização das empresas inadimplentes, a região Sudeste foi a mais afetada em termos absolutos. Os dados por estado mostram que São Paulo lidera com 2.573.766 empresas com contas em atraso, seguido por Minas Gerais com 681.509 e Rio de Janeiro com 680.082.
Proporcionalmente, o Distrito Federal apresentou a maior taxa de inadimplência, com 41,8% das empresas inadimplentes, seguido por Pará com 40,2% e Alagoas com 39,9%. Esses dados ressaltam o cenário desafiador que os negócios brasileiros enfrentam atualmente.