
A Audi, uma das marcas mais reconhecidas no segmento premium, passou por uma sacudida com os resultados do Estudo de Qualidade Inicial (IQS) 2025 da J.D. Power, divulgado recentemente nos Estados Unidos. Esse estudo, que já está na sua 39ª edição, fez perguntas a quase 93 mil compradores e locatários de veículos do ano-modelo 2025, avaliando os problemas encontrados nos primeiros 90 dias de uso.
Em termos de média, a indústria automobilística geral ficou com 192 problemas relatados por 100 veículos (PP100), uma leve melhora em relação ao ano passado, que foi de 194. Porém, a Audi teve um desempenho bem abaixo da média, registrando 269 problemas a cada 100 carros. Para se ter uma ideia, suas concorrentes de peso como BMW e Mercedes-Benz apresentaram números bem melhores, com 194 e 210 problemas, respectivamente. No topo do ranking, a Lexus se destacou com apenas 166 problemas, seguida pela Nissan e Hyundai, que também passaram bem.
O estudo revelou claramente a disparidade entre as marcas comuns e suas linhas premium. Por exemplo, a Nissan, mesmo enfrentando dificuldades financeiras, conseguiu um excelente segundo lugar. Enquanto isso, a Infiniti, sua marca de luxo, tem enfrentado muitos desafios.
Os resultados para a Audi acentuam críticas que já vinham sendo levantadas: os acabamentos internos têm deixado a desejar. Muitas peças que antes eram de materiais nobres, como metal e cromado, agora estão sendo substituídas por plásticos mais simples. Essa mudança tem causado uma sensação de redução de qualidade, algo que sempre foi um dos maiores trunfos da marca.
Oscar da Silva Martins, que é o diretor de comunicação de produto e tecnologia da Audi, reconheceu em uma entrevista que a empresa “já foi melhor nesse aspecto”. Ele ressaltou que a marca está comprometida em restaurar sua reputação nos próximos lançamentos. Os executivos da Audi também admitiram que elementos do interior, como os painéis das portas e o console central, saíram da linha de qualidade esperada, com materiais mais econômicos que desgastam mais rapidamente.
Outro ponto interessante levantado pelo estudo da J.D. Power foi a insatisfação com os controles de climatização que, ao serem touch, acabam sendo considerados pouco práticos. Para quem já passou pela experiência de ajustar a temperatura enquanto dirige, sabe como um botão físico faz falta. E, claro, aqueles porta-copos que não acomodam bem todos os tipos de copo também foram citados como uma dor de cabeça para os motoristas.
Enquanto marcas como a BMW buscam recuperar seu prestígio apertando o foco em lançamentos mais refinados, a Mercedes-Benz enfrenta críticas similares sem um plano claro de recuperação. Para a Audi, o grande desafio agora é retomar a qualidade nos acabamentos e fazer com que se tornem um diferencial novamente — e não a sua fraqueza.