Abic avalia que plano safra beneficia cafeicultores

O Conselho Nacional do Café (CNC) vê de forma positiva o plano de apoio financeiro para os produtores de café. Os recursos do Funcafé estão sendo liberados em um momento crucial, permitindo que os cafeicultores lidem com os altos custos relacionados à colheita e à compra de insumos. O CNC aconselha os agricultores a usar uma abordagem de venda gradual do café para aproveitar melhores preços e evitar uma saturação no mercado. A expectativa é que os primeiros contratos sejam firmados ainda neste mês.

A previsão para a safra de café deste ano é de até 60 milhões de sacas de 60 kg. Os produtores enfrentam um período de altos gastos, que o CNC descreve como crítico. A possibilidade de firmar contratos através do Funcafé pode ser essencial para cobrir esses custos. O fundo, criado em 1986, oferece linhas de crédito para diversas etapas da produção, incluindo custeio, colheita, estocagem e compra de café.

Recentemente, foi anunciado que o programa de financiamento para a safra 2025/2026 terá um total de R$ 605,2 bilhões. Desse montante, R$ 516,2 bilhões são voltados para a agricultura empresarial e R$ 89 bilhões para a Agricultura Familiar. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que esses recursos visam impulsionar a produção e ajudar a diminuir o preço dos alimentos para os consumidores.

A maior parte dos recursos do programa será destinada ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que receberá R$ 78,2 bilhões. As taxas de juros se mantêm em 3% para o financiamento de alimentos essenciais, como arroz, feijão, frutas, verduras, ovos e leite. Para cultivos orgânicos ou agroecológicos, essa taxa cai para 2%. Em comparação com a taxa Selic, que atualmente está em 15% ao ano, a taxa do Pronaf é considerada um “juros ultra negativo”.