Buscas por turista brasileira Juliana Marins em vulcão indonésio

Resgatistas na Indonésia estão em busca de uma turista brasileira que caiu enquanto fazia trilha perto da cratera do Monte Rinjani, um vulcão ativo. A vítima foi identificada como Juliana Marins, de 26 anos. Ela estava com um grupo de hikers quando desapareceu por volta das 6h30 do horário local, no sábado, 23 de setembro, que corresponde a 23h30 de sexta-feira, no Brasil.

De acordo com as autoridades brasileiras, Juliana caiu de um penhasco que rodeia a trilha na região da cratera do vulcão. As equipes de busca têm enfrentado dificuldades devido ao terreno irregular e à intensa neblina que prejudicou as operações de resgate, conforme informações de autoridades indonésias.

Funcionários do parque do Monte Rinjani relataram que, no sábado, conseguiram ouvir os gritos de socorro de Juliana. Naquele momento, ela aparentava estar em choque, embora estivesse viva. Imagens de drone e vídeos gravados por outros hikers indicam que ela estava se movendo em uma área de solo cinza, abaixo da trilha. No entanto, quando os resgatistas tentaram chegar até ela, descendo 300 metros, não conseguiram encontrá-la nem obter resposta ao chamá-la.

Na manhã de domingo, novas imagens de drone mostraram que Juliana não estava mais no local de sua aparente localização anterior. As autoridades do parque informaram que a espessa neblina dificultou os esforços de resgate e o uso de drones térmicos para localizar a turista.

Na segunda-feira, os resgatistas conseguiram localizar Juliana novamente, mas notaram que ela havia caído ainda mais. Contudo, tiveram que interromper as operações devido às condições climáticas adversas. A família de Juliana informou que os resgatistas conseguiram avançar apenas 250 metros, restando ainda 350 metros para alcançá-la, mas precisaram recuar.

A família também expressou sua preocupação, afirmando que o parque permanece aberto e que outros turistas continuam fazendo a trilha enquanto Juliana necessita de ajuda. Segundo eles, ela ainda está sem água, comida ou roupas adequadas para o frio após três dias.

Satyawan Pudyatmoko, um oficial do ministério das florestas da Indonésia, esclareceu que a rota de subida não foi fechada, pois a decisão foi de que isso não atrapalharia o processo de evacuação. Ele acrescentou que os escaladores foram avisados para não se aproximarem do local da evacuação, mas alguns turistas já haviam feito reservas online e viajado longas distâncias para chegar ao Monte Rinjani.

Na terça-feira, a família de Juliana anunciou em suas redes sociais que a operação de resgate havia sido reiniciada. Em entrevistas, membros do grupo de Juliana descreveram a trilha como bastante difícil, destacando as más condições de visibilidade na hora do acidente, que ocorreu antes do amanhecer, e a necessidade de utilizar lanternas simples para iluminar o caminho.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que está em contato com o governo indonésio e enviou dois funcionários da embaixada para acompanhar os esforços de resgate. Em comentários sobre a situação, Satyawan reiterou a importância da segurança dos escaladores durante as trilhas.

Vale lembrar que o Monte Rinjani, com mais de 3.700 metros de altura, é o segundo maior vulcão da Indonésia e um destino popular entre os turistas. No entanto, o local já registrou tragédias, como a morte de um homem português em 2022 e de um hiker malaio em maio deste ano, ambos após quedas em trilhas desafiadoras.