
Dois sobreviventes japoneses do bombardeio atômico de Hiroshima fizeram um apelo pela eliminação das armas nucleares durante um evento realizado em Paris, França, país que possui arsenais nucleares. Yahata Teruko, de 87 anos, e Iida Kunihiko, de 82 anos, estiveram expostos à radiação após o lançamento da bomba atômica em 1945.
Yahata, que tinha apenas 8 anos na época do ataque, descreveu suas memórias com detalhes impactantes. Ela contou que viu muitas pessoas feridas, com a pele queimada e descascada, parecendo “fantasmas silenciosos” enquanto caminhavam pelas ruas. Durante seu discurso, ela foi questionada sobre seu possível ressentimento em relação aos Estados Unidos, porém, respondeu que acredita que as pessoas devem refletir sobre o passado e seguir em frente. Além disso, alertou que o uso de armas nucleares poderia levar à extinção da humanidade.
Iida também compartilhou sua história pessoal, lembrando que perdeu a mãe e a irmã devido ao bombardeio. Ele relatou que ainda enfrenta sérios problemas de saúde, como tumores, resultantes da sua exposição à radiação.
O evento também contou com a presença de jovens ativistas que se dedicam a preservar a memória dos sobreviventes do ataque atômico, que estão se tornando cada vez mais raros. Eles buscam garantir que as histórias e experiências desses indivíduos não sejam esquecidas.
Yahata expressou um profundo senso de responsabilidade ao compartilhar sua vivência, ressaltando que o Japão é o único país que sofreu um ataque nuclear em território próprio. Ela comentou que tem observado um crescente apoio à teoria da dissuasão nuclear na França, mas que prefere que o país busque alternativas que não impliquem em confrontos violentos.