Turismo sem limites ameaça Tailandia e o Sudeste Asiático

Bali é um destino turístico famoso, conhecido por suas belas praias, águas cristalinas e florestas tropicais cheias de templos hinduístas. Por muitos anos, a ilha atraiu milhões de visitantes, mas a chegada em massa de turistas também trouxe desafios para a população local. A transformação de lares e vilarejos em atrações turísticas está gerando desconforto entre os moradores. Antes da pandemia, o turismo representava 61% do produto interno bruto (PIB) da ilha, mas as autoridades já estão começando a tomar medidas para controlar o número de visitantes.

Essa situação não é exclusiva de Bali, mas reflete um fenômeno que afeta toda a região do Sudeste Asiático. Nos últimos anos, essa área se consolidou como um destino popular para turistas de classe média, principalmente da China e do Ocidente. Em 2024, a região recebeu 123 milhões de turistas, incluindo mais de 200 mil espanhóis em Tailandia e 91 mil em Vietnã. Entretanto, o aumento descontrolado do turismo está gerando preocupações sobre os impactos negativos que pode trazer às comunidades locais.

O Sudeste Asiático tem uma longa história de intercâmbios culturais e econômicos. Após a Segunda Guerra Mundial, a região começou a se destacar no turismo internacional, impulsionada por dois fatores: o crescimento das viagens aéreas comerciais e a criação da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em 1967. Esta organização, formada por países como Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Singapura, visa, entre outras coisas, promover o turismo na região.

A Tailândia foi uma das pioneiras nesse processo, tendo seu desenvolvimento turístico iniciado nos anos 60. A localização do país durante a Guerra do Vietnã, onde milhares de soldados norte-americanos faziam pausa, contribuiu para o surgimento de uma indústria de entretenimento, que incluía a prostituição, apesar de ser ilegal. Com o passar das décadas, especialmente nas décadas de 70 e 80, o turismo se estabeleceu firmemente na Tailândia e em outros países vizinhos do Sudeste Asiático, mudando de forma significativa suas economias e culturas.