Queda das ações da Vale (VALE3) ultrapassa 4% na semana

A mineradora brasileira Vale enfrenta desafios que afetam suas ações no mercado. O principal fator de preocupação é a demanda global por minério de ferro, especialmente devido à desaceleração econômica da China, que é o maior importador desse produto. Desde a pandemia de Covid-19, o crescimento econômico da China não tem alcançado os níveis anteriores, mesmo com medidas de incentivo do governo. Uma China com crescimento mais lento resulta em uma menor demanda por minério, o que pode impactar negativamente as receitas da Vale.

Além disso, a relação comercial entre os Estados Unidos e a China, marcada pela imposição de tarifas, intensifica a incerteza sobre o crescimento chinês e sua importação de minério. A desvalorização do dólar também é um problema para a Vale, já que a maior parte de suas receitas é em dólar. Neste mês, o dólar caiu 3,7% em relação ao real e, no acumulado de 2025, a queda chega a quase 11%.

Analistas de investimentos observam que a queda nos preços do minério de ferro é outro fator que contribui para as recentes baixas nas ações da Vale. O governo chinês está reduzindo a produção de aço devido à demanda fraca, o que refletiu em uma diminuição de 2,5% na produção semanal de aço na China e uma queda de 1,5% nos preços do minério. Embora a reação do mercado tenha demorado a ocorrer, os conflitos no Oriente Médio também aumentaram a aversão ao risco, levando investidores a buscar segurança em mercados mais estáveis.

Apesar das quedas recentes, alguns analistas consideram que o preço atual das ações da Vale é atrativo. Um deles aponta que as ações estão “claramente descontadas” e projeta um preço-alvo de R$ 61,50 para os próximos 12 meses, o que indicaria uma alta potencial de 22%. Além disso, acredita-se que o rendimento em dividendos da empresa poderá aumentar para cerca de 10% em 2026.

A Ágora Investimentos também avalia que a aproximação de um período sazonalmente mais fraco para o minério de ferro tem gerado preocupação. No entanto, a empresa mantém uma visão otimista, prevendo que o preço do minério se mantenha em torno de US$ 100, sustentado pela demanda das siderúrgicas chinesas. O preço-alvo da Ágora é de R$ 78 até dezembro, representando uma projeção de alta de 55%. A empresa destaca que, com preços do minério mantendo-se perto de US$ 100 por tonelada, a Vale deve continuar gerando um valor expressivo em caixa nos próximos anos e está comprometida em oferecer retornos aos acionistas, seja através de dividendos ou recompra de ações.