Fim do cartão de crédito? Banco Central estuda regras para reduzir juros e limite do rotativo

O que muda na prática para o consumidor e as propostas para combater a dívida recorde nesta modalidade de crédito.

O cartão de crédito é uma ferramenta de consumo poderosa, mas também a principal porta para o superendividamento no Brasil. Os juros do crédito rotativo são, historicamente, os mais altos do país, chegando a ultrapassar 400% ao ano em alguns momentos.

Para combater essa bola de neve, o Banco Central (BC) está propondo e implementando novas regras para o setor. O foco é forçar as instituições financeiras a oferecerem condições mais justas e transparentes para os clientes.

Não se trata do fim do cartão, mas sim do fim dos juros abusivos. A mudança visa dar um fôlego para milhões de famílias que usam o cartão para despesas básicas e acabam presas nas altas taxas.

Se você está com dívidas no cartão, acompanhe de perto, pois as novas medidas podem impactar diretamente o seu bolso.

As principais propostas do Banco Central

A grande vilã da dívida é a permanência do cliente no crédito rotativo – aquele valor que você paga quando não quita o total da fatura, mas paga o mínimo.

Uma das principais propostas em análise busca limitar o tempo que o consumidor pode ficar no rotativo. Depois de um período (geralmente 30 dias), o banco seria obrigado a oferecer uma opção de parcelamento mais barata.

Outra medida é a criação de um teto de juros para o rotativo. Isso impediria que as taxas chegassem a patamares estratosféricos. Alguns países já adotam essa prática com sucesso.

Os bancos também estão sendo pressionados a serem mais transparentes na comunicação. Muitas vezes, o consumidor não entende o que é rotativo, o que é parcelamento da fatura e quais são os custos reais de cada opção.

O que muda para quem está endividado

Se você está devendo no cartão, a pressão do BC sobre os bancos pode ser uma oportunidade de negociação. Os bancos devem se adequar rapidamente às novas regras.

Ao limitar os juros e obrigar a portabilidade para um parcelamento mais justo, a dívida para de crescer de forma exponencial. Isso facilita a quitação e permite que o consumidor volte a respirar.

Dicas importantes:

  • Evite o Rotativo: Tente sempre pagar o valor total da sua fatura. Se não for possível, parcelar a dívida antes de cair no rotativo costuma ser a melhor opção.
  • Portabilidade: Você tem o direito de levar sua dívida de cartão para outro banco que ofereça juros menores. Use essa ferramenta para buscar melhores condições.

Acompanhe as notícias, pois o debate está avançado. O Banco Central está empenhado em trazer mais equilíbrio para as relações de crédito no país.