Megaoperação no Rio: mortos com histórico criminal identificado

Megaoperação policial no Rio de Janeiro deixa 121 mortos

Na última terça-feira, dia 28, o Rio de Janeiro viveu uma operação policial intensa chamada "Contenção", que resultou na morte de 121 pessoas. De acordo com informações do Instituto Médico Legal (IML), os corpos de 117 dessas vítimas foram liberados neste domingo, dia 2. Os cadáveres estavam em fase de análise pericial.

Em uma coletiva realizada na última sexta-feira, dia 31, autoridades de segurança pública, como o Secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, e o Secretário de Segurança Pública, Victor Santos, apresentaram um balanço da operação. Até aquele momento, 99 das vítimas haviam sido identificadas. Desses, 42 tinham mandados de prisão pendentes, e ao menos 78 possuíam um longo histórico criminal.

A operação foi considerada uma das mais letais da história do país. Dos mortos, quatro eram policiais — dois da polícia militar e dois civis. A maioria das vítimas, segundo o governo, estava ligada ao tráfico de drogas.

As incursões ocorreram nos complexos do Alemão e da Penha, alvos estratégicos por serem considerados centros de comando da facção criminosa Comando Vermelho. O principal objetivo era desarticular lideranças da facção e prender suspeitos de envolvimento com o tráfico.

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informou que todos os corpos dos suspeitos que morreram na operação foram liberados e que a perícia do IML foi encerrada. A defensoria também mencionou que está dando assistência às famílias afetadas.

Durante a operação, a Polícia Civil anunciou que 113 pessoas foram presas e que mais de uma tonelada de drogas e 91 fuzis foram apreendidos. Um dos alvos da operação foi Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca, que é considerado um dos líderes do Comando Vermelho. No entanto, ele não foi capturado e segue foragido.

Entre os mortos, nove eram reconhecidos como líderes do Comando Vermelho. Entre eles estavam:

  • Russo, chefe do tráfico em Vitória
  • DG, chefe do tráfico na Bahia
  • FB, chefe do tráfico na Bahia
  • PP, chefe do tráfico do Pará
  • Chico Rato, chefe do tráfico em Manaus
  • Gringo, chefe do tráfico em Manaus
  • Mazola, chefe do tráfico em Feira de Santana
  • Fernando Henrique dos Santos, chefe do tráfico em Goiás
  • Rodinha, chefe do tráfico em Itaberaí

Investigações indicam que os complexos do Alemão e da Penha eram usados como centros de operações e também para treinar taticamente membros da facção. Ambos os locais serviam como pontos de abastecimento e distribuição de drogas e armas para várias comunidades sob o controle do Comando Vermelho. Estima-se que cerca de 10 toneladas de drogas circulavam mensalmente na região.

As apurações revelam que pelo menos 24 comunidades, incluindo o Complexo do Salgueiro, a Rocinha, o Complexo da Maré, o Jacarezinho e o Complexo do Lins, são diretamente abastecidas por essas atividades ilícitas.