A nova tendência de desconexão em 2025 e seu impacto

O termo “JOMO”, que significa “Joy of Missing Out”, tem se popularizado nas redes sociais, especialmente entre os jovens que estão buscando se desconectar do ritmo frenético da vida social. Essa expressão, que pode ser traduzida como “alegria de ficar de fora”, surgiu como uma resposta ao oposto, conhecido como “FOMO” (Fear of Missing Out ou medo de estar de fora).

A ideia central por trás do JOMO é valorizar momentos de solitude e relaxamento, em vez de sentir a pressão de participar de tudo e de estar sempre conectado. Especialistas, como psicólogos, afirmam que essa nova tendência se desenvolveu em resposta ao cansaço gerado pelas incessantes interações digitais e pela necessidade de mostrar constantemente momentos da vida nas redes sociais.

Atualmente, a vida cotidiana muitas vezes parece uma vitrine: desde a xícara de café até as atividades físicas, tudo precisa ser compartilhado. Essa exigência de estar constantemente presente virtualmente pode acabar gerando um sentimento de saturação. Em vez de aproveitar os momentos, as pessoas parecem mais preocupadas em registrar e compartilhar, o que leva a uma busca por mais momentos de recolhimento.

Cristiane Lang, psicóloga, explica que é possível aprender a sentir prazer em momentos desconectados, mas isso requer um processo de desaceleração. Para muitos, o silêncio inicial pode ser desconfortável, e a ausência do celular pode parecer um abandono. No entanto, essa mudança gradativa nos ajuda a redescobrir prazeres simples, como ler um livro ou simplesmente olhar ao redor.

O que o JOMO representa é a felicidade de não estar onde todos estão, de aproveitar o presente sem a necessidade de validação externa. Essa tendência propõe um novo tipo de prazer, mais lento e mais consciente, em oposição à instantaneidade que as redes sociais oferecem.

A psicanalista Hilza Ferri destaca que é importante encontrar um equilíbrio. Desligar-se do mundo e ignorar compromissos sociais não é necessariamente negativo, mas é fundamental que isso não se torne uma forma de isolamento. É preciso ter consciência de que, embora a desconexão possa ser revigorante, a interação humana permanece essencial.

Ambas as especialistas enfatizam que a prática do JOMO deve ser feita com discernimento. Desconectar-se não significa automaticamente se isolar, mas sim escolher momentos de pausa para se reconectar consigo mesmo. Essa escolha pode ser um ato de autocuidado, um modo de fugir da pressão constante de estar sempre disponível.

A desintoxicação digital consciente é um primeiro passo para adotar o JOMO. Isso pode ser tão simples quanto reservar momentos do dia para estar sem o celular, como durante as refeições ou antes de dormir. Essas pequenas pausas ajudam a mente a se acostumar com a ausência de estímulos digitais constantes, permitindo uma experiência mais plena e enriquecedora da vida.

Para aqueles que se sentem sobrecarregados com a necessidade de estar sempre atualizados, os sintomas do FOMO podem se manifestar como ansiedade, distração e um constante desejo de aprovação. Se você se sente exausto mesmo com tantas conexões, pode ser um sinal de que é hora de considerar o JOMO.

Em suma, o conceito de JOMO busca um retorno à essência do viver, propondo momentos de desconexão como essenciais para a saúde mental e o bem-estar. A escolha de estar presente em vez de simplesmente estar disponível pode ser um caminho para uma vida mais plena e satisfatória.