
Cristina Graeml se filia ao União Brasil e se prepara para o Senado em 2026
Curitiba – A jornalista Cristina Graeml anunciou sua filiação ao União Brasil, decisão que já tinha sido discutida anteriormente com o ex-juiz Sergio Moro. O principal fator que apressou essa transição foi a recente eleição de Moro para a presidência do diretório estadual do partido.
Na semana passada, Cristina esteve em Brasília, onde se encontrou com Moro e Antonio Rueda, uma figura importante no União Brasil. Após essa reunião, Cristina saiu satisfeita, pois recebeu a confirmação de que poderá se candidatar ao Senado Federal nas eleições de 2026. Embora a jornalista tivesse a mesma promessa dentro do partido Podemos, o clima e a situação nessa legenda não eram favoráveis. Desde sua filiação ao Podemos, em fevereiro deste ano, Cristina tentou se moldar como líder estadual, mas a direção do partido continuou sob o comando de Gustavo Castro, aliado de Alvaro Dias.
A saída de Cristina do Podemos ocorreu de forma respeitosa. Ela ligou para Renata Abreu e Alvaro Dias para comunicar sua decisão. Durante a coletiva de imprensa agendada para esta sexta-feira, espera-se que ela faça elogios a ambos. No entanto, Alvaro, que se mostrou descontentemente com a mudança, teria se referido à situação como uma traição, segundo pessoas próximas.
Alvaro Dias está atualmente avaliando suas próprias possibilidades eleitorais e, animado com alguns dados recentes, não descarta uma nova candidatura. Isso poderia complicar a assistente de Cristina, já que não há um candidato claro do Podemos para o governo, tornando suas alianças uma necessidade.
Outro fator que impactou a decisão de Cristina foi a provável entrada do deputado federal Felipe Francischini no Podemos, que traz a promessa de maior controle do partido no Paraná. Cristina não tem problemas pessoais com Francischini, mas isso adiciona mais incertezas à sua futura candidatura.
Reações à filiação de Cristina Graeml
A filiação de Cristina ao União Brasil gerou reações no governo do estado. Alguns analistas notaram que o anúncio veio apenas 48 horas após uma reunião entre Moro e o governador Ratinho Junior, que indicava uma aproximação política inesperada. Essa mudança na estratégia de Moro indica sua intenção de construir uma chapa competitiva para as próximas eleições.
Dentro do Palácio Iguaçu, houve discussões sobre a possibilidade de lançar o deputado Paulo Martins, do partido Novo, para atrapalhar as intenções de Moro na corrida pelo governo. Essa mesma estratégia pode ser utilizada na disputa pelo Senado, onde o advogado Jeffery Chiquini poderia concorrer contra Cristina.
Além disso, o político Ricardo Barros, do Progressistas, também está atento a essas movimentações. Barros já havia conversado com representantes de Cristina sobre sua filiação, mas mantém seus próprios planos eleitorais.
Cristina chega ao União Brasil como a principal candidata ao Senado, enquanto a outra vaga deve ser indicada pelo Progressistas.
Desafios futuros para Cristina Graeml
Cristina terá que lidar com sua imagem pública, especialmente em relação a declarações anteriores que criticavam o que chamou de "sistema" e o "Centrão", ao se juntar a um partido que representa tais interesses. Essa potencial contradição pode ser explorada por seus adversários durante a campanha.
Outro ponto que pode impactar sua candidatura é a situação de Antonio Rueda, presidente do União Brasil, que atualmente enfrenta investigações da Polícia Federal. A probe levanta questões sobre sua ligação com atividades criminosas, o que poderia complicar a trajetória de Cristina e Moro na disputa eleitoral.
Diante desse cenário, tanto Moro quanto Cristina parecem reconhecer que a política muitas vezes é complexa e marcada por alianças necessárias, mesmo que envolvam dificuldades éticas.