
Moradores de Dourados Envolvidos em Golpe Bilionário Promovido por Chineses
Moradores da cidade de Dourados, em Mato Grosso do Sul, participaram de um esquema criminoso que aplicava golpes financeiros por meio de uma plataforma de investimentos falsificada chamada “EBDOX”. Essa fraude, que movimentou cerca de R$ 1 bilhão, era liderada por cidadãos chineses residentes em São Paulo.
Os dois brasileiros de Dourados se tornaram intermediários da organização. Eles recebiam mensagens de seus chefes em mandarim e as traduziam para repassar a grupos de WhatsApp, onde se apresentavam como economistas com doutorado pela Universidade de São Paulo (USP). Assim, enganavam outros moradores e os convenciam a investir na plataforma.
As vítimas, especialmente de Brasília, acreditaram nas promessas de altos lucros em criptomoedas e dólar, o que levou muitos a perderem grandes quantias de dinheiro. Um médico de Taguatinga, por exemplo, investiu R$ 220 mil e se tornou uma das vítimas mais impactadas.
O delegado Thiago Boeing, que coordena as investigações, explicou que o golpe começou a ser desmantelado em abril de 2024, quando o médico procurou a polícia após não receber os rendimentos prometidos. Quando ele questionou os operadores da plataforma sobre seu investimento, foi informado sobre a suposta apreensão de seu dinheiro pela Polícia Federal e que deveria pagar uma taxa para liberar os valores. Após o pagamento, a plataforma ficou fora do ar.
A investigação identificou até agora cerca de 400 vítimas que depositaram suas economias orientadas por esse falso especialista. O esquema prometia uma rentabilidade irreal e divertiu todo o dinheiro para práticas ilícitas, incluindo a compra de criptomoedas e a exportação de alimentos para a Venezuela.
A operação policial, que contou com a participação de várias delegacias do Distrito Federal e de outros estados, cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em locais como São Paulo, Dourados e Boa Vista, entre outros. Durante as ações, foram apreendidos celulares, cartões e um notebook em Dourados. Em São Paulo, três líderes do esquema foram temporariamente presos.
Os investigadores descobriram que os cidadãos chineses contrataram brasileiros para atuar como intermediários, organizando grupos de WhatsApp e enganando as vítimas. Estes intermediários eram pagos em criptomoedas e tinham acesso a catálogos de informações em mandarim.
A polícia continua analisando os materiais apreendidos para aprofundar as investigações e buscar mais detalhes sobre a operação criminosa. A situação alerta sobre os riscos de golpes financeiros, especialmente em plataformas que prometem lucros acima da média do mercado.