
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul está investigando um vídeo que mostra policiais militares recém-formados da 38ª turma entoando um grito de guerra considerado perturbador. O canto faz referências a tortura e execução, e ganhou destaque nas redes sociais, gerando preocupações sobre a formação e o comportamentodo da corporação.
Após a divulgação do vídeo, o governo do estado anunciou uma sindicância para apurar as responsabilidades e o conteúdo do grito de guerra. A Defensoria Pública também se pronunciou, emitindo uma nota de repúdio e classificando a manifestação como uma afronta aos princípios do Estado Democrático de Direito.
O Ministério Público ressaltou a importância da atuação da Polícia Militar e afirmou que está monitorando os desdobramentos da situação. Em nota, o órgão afirmou que “não se pode permitir comportamentos dessa natureza”, que podem comprometer a credibilidade e os valores da corporação. A análise do vídeo se concentrará nos aspectos que contrariam os princípios constitucionais que devem orientar as ações da segurança pública.
As imagens mostram os policiais fazendo referências a atos violentos, como “bate na cara, espanca até matar” e outras expressões que exaltam a tortura e o assassinato, gerando preocupação entre a população e as autoridades.
Esse episódio levanta questões sobre a formação de novos policiais e a linha tênue entre disciplina, cultura institucional e discursos violentos. A repercussão acontece em um momento em que a Câmara Municipal de Campo Grande havia aprovado uma lei que proíbe a contratação de artistas que façam apologia ao crime e ao tráfico de drogas.
Curiosamente, alguns vereadores que apoiaram essa legislação usaram suas redes sociais para defender a letra do grito de guerra da PM. O vereador Maicon Nogueira comentou que vê a música dos PMs como parte da cultura, enquanto Fábio Rocha incentivou a continuidade dessa expressão, afirmando que “o corpo que não vibra é o esqueleto que se arrasta”.
O caso permanece sob análise e os desdobramentos serão acompanhados de perto por diferentes órgãos e pela sociedade, em busca de um esclarecimento e das eventuais medidas que poderão ser adotadas.