O fascínio de Hong Jie: como um travesti na China conquistou homens

A história do “Irmã Vermelha”, como ficou conhecida, se espalhou rapidamente nas redes sociais chinesas. A identidade por trás desse nome é Jiao, um homem de 38 anos que se apresenta na internet com o pseudônimo “Nanjing Hong Jie”.

Usando uma peruca castanha e maquiagem, Jiao criou uma persona feminina que chamava a atenção de muitos, atraindo inúmeros homens, incluindo um noivo. Esses homens, sem saber, se tornaram vítimas de um esquema em que suas relações íntimas eram gravadas e compartilhadas online por Jiao, que divulgou as imagens na internet.

Jiao foi preso no dia 5 de julho, segundo informações da polícia de Nanjing, que o acusou de disseminar materiais obscenos. As autoridades estão investigando o caso, enquanto os internautas compartilham memes e comentários sobre a situação.

Ainda intrigante para a sociedade, permanece a pergunta sobre como Jiao conseguiu atrair tantos homens, que continuaram voltando para a “irmã” mesmo após descobrirem sua verdadeira identidade. Alguns relatos postados na plataforma Weibo revelam que muitos decidiram prosseguir com os encontros, alegando que, já que estavam ali, era melhor aproveitar a situação.

Outro aspecto que pode ter contribuído para o sucesso de Jiao é a acessibilidade financeira de seus serviços. Os homens precisavam apenas levar pequenos itens, como frutas e óleos, como forma de pagamento, uma prática que se mostrou atraente em comparação com outras opções disponíveis no mercado.

Além do preço, a atitude de Jiao também pode ter influenciado. Em uma gravação vazada, ele aparece de maneira calma e paciente, dando uma sensação de conforto a seus clientes. Para muitos, isso representava uma fuga do julgamento da sociedade.

Alguns vídeos mostram Jiao em momentos do cotidiano, como quando se depara com uma barata e reage de forma tranquila, permitindo que seu cliente assuma um papel de ‘herói’. Esse comportamento sugeria uma dinâmica de poder que agradou aos homens que o procuravam, proporcionando uma experiência em que eles podiam se sentir mais confiantes e valorizados.

A “irmã” parecia oferecer mais do que apenas um encontro casual; ela proporcionava um espaço seguro e acolhedor, onde os clientes podiam se sentir amados e apreciados, mesmo que temporariamente. Essa relação poderia criar uma ilusão de intimidade emocional, fazendo com que muitos ignorassem os riscos envolvidos.

Entretanto, a história de Jiao também serve como um alerta sobre os perigos de deixar as emoções falarem mais alto do que a razão. O caso levantou questões sobre a busca por validação e prazer em contrapartidas que podem ser arriscadas.