Advogado de Sean Combs critica caso de tráfico sexual na defesa

Um jurista de Sean “Diddy” Combs pediu ao júri pela absolvição do famoso rapper, argumentando que promotores federais exageraram ao transformar o uso de drogas e o estilo de vida de festas do artista em um caso de tráfico sexual e crime organizado que pode resultar em pena de prisão perpétua. Durante seus argumentos de encerramento, o advogado de defesa, Marc Agnifilo, declarou que Combs é inocente e pediu que fosse devolvido à sua família, que está aguardando seu retorno.

O júri começará a deliberar na segunda-feira. Agnifilo criticou duramente o caso apresentado pelos promotores, afirmando que eles exageraram os fatos e ridicularizou as evidências obtidas em operações policiais, que incluíram a apreensão de óleo corporal e lubrificante em residências do rapper.

Ele também questionou a razão por trás das acusações, ressaltando que apenas Combs foi alvo de ações da justiça, enquanto seus assistentes e seguranças não foram indiciados. O juiz Arun Subramanian instruiu o júri a não considerar a forma como o governo obteve a acusação.

Em resposta, a promotora Maurene Comey apontou que a defesa vinha desviando a atenção do comportamento criminoso de Combs. Segundo Comey, o caso se baseava na ideia de que, no mundo de Combs, “não” nunca foi uma opção.

A defesa chamou o julgamento de Combs de “fake trial” e contestou se alguma testemunha confirmou que participou de uma organização criminosa. Combs não se manifestou durante o julgamento e, ao longo das sete semanas, sua equipe de defesa não convocou testemunhas. Ele assistiu atentamente aos argumentos, enquanto seus filhos e sua mãe o apoiavam na plateia.

Duas ex-namoradas de Combs, a cantora R&B Cassie e uma mulher que se apresentou sob o nome fictício de “Jane”, afirmaram que foram forçadas a participar de festas sexuais organizadas pelo rapper, nas quais ele assistia e frequentemente filmava as atividades.

A defesa argumentou que a acusação representou uma invasão à vida pessoal de Combs, mencionando que, se as alegações fossem crimes, o tribunal precisaria de “mais fita de cena do crime”, referência a uma famosa fala do filme “Tubarão”. Agnifilo alegou que o verdadeiro motivo por trás das acusações é financeiro, destacando que Cassie havia processado Combs por abusos, mas a ação resultou em um acordo de 20 milhões de dólares e gerou investigações que culminaram nas acusações atuais.

Combs mantém uma relação afetiva complexa com Cassie, como enfatizou Agnifilo, que defendeu que a natureza do relacionamento deles não se encaixa nas acusações de crime organizado. Ele reconheceu que um vídeo de 2016, que mostrava um ataque de Combs a Cassie, é de fato uma evidência de violência, mas contestou a interpretação de isso ser fator de tráfico sexual.

A promotora Comey, por sua vez, enfatizou que ser um agressor doméstico não exime Combs de responsabilidade por acusações de tráfico sexual.