Preço da cesta básica sobe em várias capitais e chega a R$ 900 em alguns estados; confira

O preço da cesta básica passou por um novo aumento em abril, chegando a quase mil reais em alguns estados brasileiros, o que alarmou os consumidores.

A cesta básica representa muito mais do que um conjunto de produtos essenciais à alimentação diária da população. Ela serve como indicador direto do custo de vida e da capacidade de compra dos trabalhadores, especialmente os que vivem com o salário mínimo.

Quando o preço da cesta básica sobe, esse aumento impacta diretamente o orçamento das famílias, sobretudo daquelas em situação de maior vulnerabilidade econômica. Por isso, acompanhar sua variação é essencial para entender os efeitos reais da inflação no dia a dia.

Além disso, o valor da cesta influencia cálculos importantes, como o salário mínimo ideal, o tempo de trabalho necessário para garantir alimentação básica e o comprometimento da renda líquida. Dessa forma, toda alta nesse conjunto de alimentos acende um alerta sobre a perda do poder de compra.

Com o aumento do preço da cesta básica, um alerta se acendeu para a população.
Com o aumento do preço da cesta básica, um alerta se acendeu para a população. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / noticiademanha.com.br

Preço da cesta básica volta a subir

O mês de abril de 2025 marcou nova elevação nos preços da cesta básica em 15 das 17 capitais brasileiras monitoradas pelo Dieese. Entre os principais destaques de alta estão Porto Alegre, com 5,38%, Recife, com 4,08%, Vitória, com 4,05%, e São Paulo, com 3,24%.

Apenas Brasília e Salvador registraram leve queda no período, de -0,87% e -0,23%, respectivamente. Essa tendência de elevação indica que os alimentos básicos continuam pesando cada vez mais no orçamento familiar, especialmente de famílias de classe baixa.

Considerando apenas o mês de abril, a cidade de São Paulo registrou o maior valor médio da cesta básica, alcançando R$ 909,25. Esse número representa um aumento expressivo em relação aos R$ 880,72 verificados em março.

Logo depois, aparecem Florianópolis, com R$ 858,20; Rio de Janeiro, com R$ 849,70; e Porto Alegre, com R$ 834,22. As capitais com menores valores continuam concentradas no Norte e Nordeste, onde a composição da cesta apresenta diferenças.

A análise anual, de abril de 2024 a abril de 2025, mostra que quase todas as capitais tiveram aumentos, com São Paulo liderando com 10,50%. Em sentido contrário, Salvador e Aracaju apresentaram retrações, de -1,25% e -0,37%, respectivamente.

Quando considerados os primeiros quatro meses do ano, todas as capitais tiveram alta, com destaque para Recife (10,94%) e Fortaleza (10,80%). O cenário aponta para uma tendência contínua de pressão nos preços, especialmente nas grandes cidades.

Estados com maior preço da cesta básica

  • São Paulo – R$ 909,25
  • Florianópolis – R$ 858,20
  • Rio de Janeiro – R$ 849,70
  • Porto Alegre – R$ 834,22
  • Vitória – R$ 812,40 (valor estimado a partir da variação mensal)

Essas capitais concentram os maiores custos para a alimentação básica e, consequentemente, para o sustento das famílias.

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Variação do preço da cesta básica por itens

Os alimentos que compõem a cesta básica apresentaram variações expressivas ao longo do mês de abril. O café em pó, por exemplo, subiu em todas as capitais monitoradas, com aumentos que chegaram a 15,55% em Vitória, por exemplo.

No acumulado de 12 meses, os reajustes se tornaram ainda mais alarmantes, com elevações de até 137,04% na mesma cidade. Essa alta foi atribuída à escassez global do produto e às incertezas climáticas que afetaram a safra brasileira.

Outro item com forte impacto foi a batata, que subiu em todas as cidades do Centro-Sul, com destaque para Porto Alegre, onde o aumento chegou a 35,01%. Mesmo com essa alta recente, a batata apresenta queda no acumulado de 12 meses, refletindo a oscilação de oferta provocada por fatores climáticos.

O tomate também teve comportamento semelhante, com alta em 15 capitais e quedas pontuais em Belo Horizonte e Brasília. Em Porto Alegre, o tomate teve variação de 51,99% em apenas um mês. Além desses, o pão francês também registrou aumentos relevantes em 12 capitais, com a maior alta em Vitória (4,99%).

As quedas mais notáveis ocorreram em Aracaju e Salvador. Em 12 meses, quase todas as cidades observaram crescimento no valor do pão. Já a carne bovina teve comportamento misto: subiu em 11 capitais e caiu em seis, mas no acumulado anual, todas apresentaram alta.

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Em que o aumento do valor afeta os cidadãos, no geral?

O crescimento no preço da cesta básica impõe desafios diretos à população, principalmente para quem recebe até um salário mínimo. Em abril, o Dieese estimou que o trabalhador brasileiro precisaria de um salário mínimo de R$ 7.638,62 para cobrir as despesas básicas de uma família de quatro pessoas.

Isso corresponde a mais de cinco vezes o valor do piso vigente, que é de R$ 1.518,00. Além disso, o tempo médio necessário para adquirir os itens da cesta aumentou para 108 horas e 55 minutos, superando o registrado em março.

Essa carga representa mais da metade do mês de trabalho de um cidadão remunerado com o salário mínimo. O comprometimento da renda líquida também cresceu, atingindo 53,52% — o que significa que, em média, mais da metade do ganho mensal é destinado apenas à alimentação básica.

Esse cenário compromete não apenas o consumo, mas também afeta o bem-estar e a segurança alimentar das famílias. Quanto maior o custo da cesta, menor a capacidade de investir em saúde, educação, transporte e moradia.

Portanto, o aumento do preço da cesta básica não representa apenas um dado estatístico: ele traduz a realidade concreta de milhões de brasileiros que enfrentam, mês após mês, o desafio de equilibrar suas contas sem comprometer a dignidade.

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