
Na última sexta-feira, a Casa Branca anunciou um decreto do presidente Donald Trump que altera as tarifas sobre produtos agrícolas. A medida visa isentar alguns itens das tarifas recíprocas que estão em vigor desde abril deste ano. Entre os produtos que não estarão mais sujeitos a essas tarifas estão café, chá, frutas tropicais, sucos, cacau, especiarias, bananas, laranjas, tomates, carne bovina e alguns fertilizantes.
Esta mudança está sendo vista como uma resposta às preocupações crescentes dos cidadãos americanos com os altos preços dos alimentos. As isenções começaram a valer retroativamente a partir da meia-noite de quinta-feira e marcam uma reviravolta significativa, considerando que Trump anteriormente afirmava que suas tarifas de importação não contribuíam para a inflação. A decisão surge após derrotas do partido republicano em eleições estaduais, onde a acessibilidade econômica foi um tema central.
O decreto modifica as tarifas que Trump impôs inicialmente em 2 de abril de 2025, quando anunciou um aumento geral nas tarifas de importação de diversos países, incluindo 10% sobre produtos brasileiros, 20% sobre a União Europeia, 34% sobre a China e 46% sobre o Vietnã. O valor que as tarifas atingirão com a nova isenção ainda não foi especificado.
O impacto dessa decisão pode beneficiar o Brasil, embora o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços esteja analisando a nova ordem. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) está avaliando se a mudança se aplica à tarifa base de 10% ou à tarifa adicional de 40%. O Cecafé também está em contato com representantes americanos para entender melhor a situação.
Por outro lado, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) recebeu positivamente a redução das tarifas sobre a carne bovina brasileira. A entidade ressaltou que a medida demonstra confiança no diálogo técnico entre os dois países e reconhece a qualidade da carne brasileira, cujo papel é fundamental na segurança alimentar global.
Essas mudanças refletem um movimento importante nas relações comerciais e podem trazer impactos significativos tanto para os consumidores quanto para os exportadores envolvidos.

