
Francisco Nascimento, conhecido como Francisquinho, é investigado por sua suposta participação em uma fraude em licitações na cidade de Campo Formoso, onde atuou como secretário-executivo até o fim do ano passado. A Polícia Federal encontrou mensagens que indicam que ele colaborou com os proprietários da empresa Allpha Pavimentações, os irmãos Fábio e Alex Parente, para favorecer a empresa em uma licitação relacionada a um convênio com a Codevasf, uma estatal do governo federal.
Márcio Freitas dos Santos, que atuou como pregoeiro nas licitações que consagraram a Allpha como vencedora, também é alvo de ações da operação realizada hoje. As mensagens trocadas entre os envolvidos mostram que os empresários tiveram acesso antecipado a informações sobre as licitações, o que influenciou as condições das concorrências. Além disso, a investigação aponta que houve pagamentos a Francisco Nascimento e uma articulação para desclassificar outras empresas concorrentes.
Em uma das concorrências, Francisco atualizou Alex Parente em tempo real sobre as propostas dos concorrentes e detalhou estratégias para eliminar outras empresas do processo licitatório. Ele afirmou que um concorrente foi retirado da disputa por sua ação e que o pregoeiro também tinha um papel no processo.
Os recursos destinados aos trabalhos da Allpha Pavimentações foram provenientes de emendas do relator, frequentemente referidas como “orçamento secreto”, que foram enviadas pelo deputado Elmar Nascimento. Em 2023, a empresa recebeu R$ 56,9 milhões da prefeitura. A Polícia Federal também investiga a possível participação de Marcelo Moreira, ex-presidente da Codevasf, no esquema que favoreceu a empresa nas licitações.
A investigação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal após a Polícia Federal descobrir uma planilha relacionada a repasses de R$ 493 mil a Amaury, assessor de Elmar, no ano de 2023. Os investigadores suspeitam que isso possa se referir a pagamentos indevidos, conhecidos como propinas.