Golpe do amor causa morte e perda de R$ 600 mil em cidade do ES

Um mecânico de trator de 70 anos, morador de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, foi vítima de um golpe do amor que resultou em sua morte e na perda de aproximadamente R$ 600 mil, conforme estimativas da família. A mulher com quem ele se relacionou, Sileide Maria Rodrigues, foi presa e agora enfrenta uma ação criminal sob acusações de estelionato e extorsão que culminaram em morte. A Justiça do Estado aceitou a denúncia e decretou a prisão preventiva de Sileide, com a juíza Roberta Holanda de Almeida decidindo sobre o caso.

O processo judicial revela que, durante meses, Sileide teria explorado emocional e financeiramente a vítima. Foi observado que seu comportamento indicava um esquema fraudulento bem estruturado, o que levanta questões sobre a gravidade do crime cometido.

A vítima, Pedro Lozer Pacheco, era um especialista em mecânica de tratores com uma vida simples, mas com algumas economias. Ele começou a se relacionar com Sileide em 2024. Durante esse período, segundo o Ministério Público do Espírito Santo, Sileide alegou estar em tratamento contra o câncer e afirmou precisar de dinheiro para cobrir despesas médicas e honorários de advogados.

Na tentativa de ajudar Sileide, a situação financeira de Pedro se deteriorou rapidamente. Ele retirou praticamente todos os seus investimentos e contraiu vários empréstimos, o que era completamente incomum em sua vida. A denúncia aponta que a soma das perdas financeiras de Pedro pode chegar a R$ 600 mil.

Em 10 de agosto do ano passado, Pedro foi encontrado morto em sua casa. Sua família não sabia a gravidade da situação e só tomou conhecimento da situação através de relatos de amigos. A investigação realizada pela Polícia Civil trouxe à tona informações relevantes sobre o caso.

O Ministério Público indicou que Pedro foi manipulado e constrangido, levando-o a acreditar nas mentiras contadas por Sileide, que buscava obter vantagens financeiras indevidas. O advogado Deangelis Lacerda, que representa a acusação, enfatizou que a extorsão teve um efeito devastador na vida de Pedro. Ele descreveu Pedro como um homem trabalhador e honesto, sem histórico de problemas psicológicos, mas que acabou se sentindo envergonhado e humilhado pela situação.

O comportamento de Pedro despertou suspeitas entre amigos e funcionários de instituições financeiras, dada a frequência com que realizava saques e tomava empréstimos. A família só se deu conta das dificuldades financeiras quando começaram a receber ligações relacionadas aos empréstimos.

A defesa de Sileide, representada pelo advogado Lucas Eugênio Queiroz Macedo, afirmou que sua cliente nega as acusações e espera a tramitação regular do processo. Ele ressaltou que ainda não há condenação e que confia nas investigações em andamento. A defesa se comprometeu a apresentar os recursos necessários para defender sua cliente e aguardar a apuração dos fatos.