
O mercado de commodities agrícolas teve um desempenho positivo na quinta-feira, 3 de agosto, impulsionado por fatores externos. Entre os principais elementos que contribuíram para essa alta estão as previsões de clima favorável nos Estados Unidos, a valorização do real e a implementação de novas medidas fiscais para biocombustíveis nos EUA.
A soja foi a grande protagonista, com os contratos para novembro atingindo a marca de US$ 1.050 por bushel. O milho também apresentou crescimento, com o contrato de setembro tentando superar a barreira de US$ 420. No entanto, o analista Guto Gioielli ressalta que o mês de julho poderá ser instável, especialmente com a divulgação dos dados de exportação de junho, que ocorrerá em breve.
A expectativa em torno do feriado nos Estados Unidos levou a movimentos de negociação, além de um novo acordo tarifário entre os EUA e o Vietnã, que aumentou o interesse dos compradores. As vendas semanais de soja dos EUA cresceram 15% em comparação à semana anterior, superando em 62% a média das quatro semanas anteriores, o que ajudou a alavancar os preços.
Além disso, foi aprovado um orçamento pelo governo americano que traz incentivos fiscais para o uso de biodiesel e etanol produzidos internamente. Essa medida favorece o uso da soja nos EUA, enquanto produtos importados, como óleo usado de soja proveniente da China e da Europa, não terão acesso a esses benefícios.
A valorização do real também teve um impacto significativo. A moeda brasileira se apreciou, com a taxa Ptax recuando 0,56%, para R$ 5,4202. Com essa alta, a soja brasileira se tornou mais cara em dólar, tornando-a menos atraente no mercado internacional, o que favoreceu a soja americana. Na Argentina, outro grande produtor, o governo retirou descontos em tarifas de exportação, o que também afetou os preços globais da soja.
Além do cenário econômico, fatores climáticos também têm impactado o mercado. Monitoramentos indicam que a área afetada pela seca está diminuindo. As regiões produtivas de milho e soja mantêm boas condições, com previsões de estabilidade climática até meados de julho. A porcentagem de área de milho impactada pela seca caiu para menos de 2%, e a soja também mostra sinais de melhora nas condições climáticas. As previsões incluem calor moderado e chuvas suficientes para garantir o desenvolvimento adequado das lavouras.
No mercado de café, os preços foram voláteis, influenciados por estratégias de compra não tão acertadas na véspera de feriado. Além disso, a Argentina enfrenta temperaturas bastante baixas, registrando entre zero e cinco graus, especialmente nas regiões do sul, o que também terá reflexos nas safras.