Ibovespa alcança 141 mil pontos impulsionado por investidores externos

Nesta quinta-feira (3), o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, atingiu um novo recorde, ultrapassando pela primeira vez a marca de 141 mil pontos. Por volta das 11h05, o índice chegou a 141.116,95 pontos, refletindo uma alta de 1,49% no dia.

Esse desempenho positivo do Ibovespa foi impulsionado por um clima de otimismo global, em resposta a dados robustos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, que também beneficiaram as bolsas de Nova York. Apesar de uma leve queda no final da sessão, o Ibovespa encerrou o dia operando em alta, próximo a 140.983 pontos.

A valorização de commodities e a entrada de capital estrangeiro foram fatores essenciais para a ascensão do índice. O aumento da disposição para assumir riscos pelos investidores também trouxe vantagens para moedas emergentes, como o real.

Os dados do payroll, divulgados nos EUA, mostraram um aumento no emprego, o que fortaleceu o dólar em relação a outras moedas e elevou os rendimentos dos Treasuries. Apesar disso, as bolsas americanas reagiram bem: o Dow Jones avançou 0,81%, o S&P 500 subiu 0,76%, e o Nasdaq ganhou 0,87%, todos atingindo máximas históricas.

A melhora no sentimento do mercado atraiu investidores estrangeiros, que passaram a investir mais no Brasil. Esse fluxo externo teve um efeito positivo sobre o Ibovespa, especialmente em ações de commodities e instituições financeiras.

Entre as ações que se destacaram, a Petrobras teve alta de 1% após anunciar um investimento de R$ 26 bilhões em sua Refinaria de Duque de Caxias e no Complexo de Energias Boaventura. A Braskem também se destacou, confirmando um investimento de R$ 4,3 bilhões em sua produção de polietileno.

Analistas do UBS Wealth Management expressaram uma visão positiva em relação às ações brasileiras. Em um relatório, eles ressaltaram que o Ibovespa oferece uma combinação de alta lucratividade e preços atraentes, apesar das incertezas fiscais e políticas no país. Os fundamentos financeiros das empresas também permanecem fortes, com um retorno sobre patrimônio de 16,6%, superior à média de 13,2% dos mercados emergentes. Além disso, o índice está sendo negociado a 7,6 vezes os lucros projetados, o que representa um desconto de 24% em comparação com a média dos últimos dez anos.

O UBS também destacou um aumento no interesse de fundos globais por ativos brasileiros, prevendo que, até 2025, a exposição ao Brasil deve crescer ainda mais.

No entanto, apesar do cenário promissor, os analistas do UBS mantêm uma posição cautelosa, classificando o mercado acionário local como “Neutro”. Eles alertam que o risco fiscal e a alta rentabilidade de investimentos em renda fixa continuam a limitar o interesse de investidores brasileiros por ações. Embora exista um viés otimista, a recomendação é de cautela no investimento em ações neste momento.