Ibovespa fecha em queda pressionado por bancos e realização de lucros

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, fechou a quarta-feira, 2 de outubro, com uma queda de 0,36%, atingindo 139.050,93 pontos. Esse movimento ocorreu após o índice ter superado os 139 mil pontos na véspera, marcando a primeira vez que alcançou esse patamar desde junho. A queda pode ser interpretada como uma realização de lucros por parte dos investidores.

Durante o dia, o índice variou entre 138.383,54 e 140.048,83 pontos, com um volume de negócios que somou R$ 24,3 bilhões. No acumulado do mês, o Ibovespa apresenta uma leve alta de 0,14%, enquanto, ao longo do ano, a valorização já chega a 15,60%.

### Cenário Político e Fiscal

O mercado continua atento às questões políticas e fiscais. Embora o dólar tenha diminuído de valor e a indústria tenha mostrado fraqueza em maio, os juros futuros registraram alta, especialmente nos contratos de longo prazo. Esse aumento reflete a cautela dos investidores diante do cenário eleitoral e das tensões políticas internacionais, como a crise no Reino Unido.

No país, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o governo necessita do decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para atingir a meta de superávit fiscal de 2025, estimada em 0,25% do PIB. O Supremo Tribunal Federal (STF) está avaliando essa questão e pode buscar uma solução que envolva tanto o Executivo quanto o Legislativo.

### Riscos Eleitorais

Analistas indicam que o Ibovespa deve continuar em uma trajetória lateral, refletindo a preocupação dos investidores com o cenário fiscal e as eleições de 2026. Uma pesquisa do UBS BB revelou que presidentes com índices de aprovação abaixo de 37% historicamente não conseguiram se reeleger desde os anos 1990. Atualmente, o presidente Lula registra 26% de aprovação.

### Destaques do Mercado

Na quarta-feira, a Vale (VALE3) teve um aumento de 3,64%, seguida de valorização das ações da Petrobras, que subiram 2,10% nas preferenciais e 1,78% nas ordinárias. Essa alta se deu em um dia de forte valorização dos preços do petróleo Brent e WTI, ambos em torno de 3%. No setor metalúrgico, empresas como CSN (6,13%), Usiminas (5,37%), Bradespar (3,71%), Metalúrgica Gerdau (3,25%) e Gerdau (3,12%) também se destacaram.

O crescimento das ações foi impulsionado pelo minério de ferro, que voltou a ser negociado acima de US$ 100 por tonelada na China, um marco alcançado pela primeira vez desde maio.

Por outro lado, os bancos apresentaram desempenho negativo e foram os principais responsáveis pela queda do índice. A ação do Santander Unit (SANB11) recuou até 3%. No varejo, as quedas mais expressivas foram observadas em Assaí (-7,52%), Magazine Luiza (-6,59%), Smart Fit (-6,06%) e Localiza (-5,76%).